Internacional e Corinthians nos proporcionaram uma partida muito interessante; um jogo bem disputado, cheio de movimentações, marcações, bem aberto e com bastante velocidade.
Basta apenas assistir a um jogo do Corinthians para saber que é uma equipe de contra-ataques; estamos falando de um time que é muito mais eficiente nas jogadas de contragolpe, pois sabe se portar com frieza diante da desorganização da zaga adversária. E essa foi a grande chave para que o Timão equilibrasse a partida ainda na etapa inicial.
Logo no primeiro minuto do jogo, o Internacional já apresentava seu cartão de visitas com seu ritmo intenso. Taticamente era muito bem organizado, com os três volantes atuando com liberdade, e alguns fazendo até papel de meia; ademais, na carência de D’Alessandro, Alex era o principal criador da equipe e quem mais levava perigo à meta de Cássio. O Colorado não dava espaço para o alvinegro respirar com sua marcação adiantada junto à compactação no meio de campo, que fazia com que o Corinthians não conseguisse, ao mínimo, trocar dez passes. Contudo, toda a pressão mandante durou apenas dezoito minutos, pois quando o Timão conseguiu encaixar um contragolpe, acabou sendo fatal.
Quando o jogo ainda estava com o placar zerado, Tite foi obrigado a substituir Uendel (lesionado) por Edílson, que atuou improvisado pela esquerda. Do outro lado, Argel sabia que não poderia vacilar um segundo diante do líder do campeonato, então fez a alteração que mudaria o comportamento do Inter no jogo: aos 30′, sacou Wellington e colocou Lisandro Lopez, para formar uma linha de três atacantes com Valdívia e Vitinho. O Colorado explorou muito o jogo pelas laterais do campo e, dessa forma, conseguiu o escanteio, do qual sairia o gol de empate. A partida seguiu equilibrada, com chances para os dois lados. Renato Augusto, o motorzinho de Itaquera, jogava uma barbaridade, mas não conseguia furar o bloqueio vermelho.
Para a etapa complementar, o Inter voltou com a mesma intensidade. Buscou o gol a todo momento. O Corinthians cedeu muito espaço ao adversário e deixou ser acuado; às vezes, era possível observar que abria mão de atacar. Finalmente, em mais uma jogada pela lateral, Paulão fez o que quis para cima de Edilson e originou o lance que viraria o placar para os donos da casa.
A equipe de Tite perdeu uma invencibilidade de dezessete jogos na competição; mas, por sorte, contou com a ajuda do rival, que humilhou o Atlético-MG, na Vila Belmiro. Com isso, o Timão ainda segue com folga na ponta da tabela.
No Beira-Rio, o Corinthians poderia ter jogado como um verdadeiro líder. Não jogou; faltou ousadia. Quanto ao Internacional, provou que tem qualidade para conquistar a vaga para a Libertadores. Resta saber se conseguirá manter uma regularidade. Até aqui, já são três vitórias consecutivas — um sinal de que Argel anda no caminho certo.