Um dos propósitos do duelo entre Brasil e Costa Rica era o de reabilitar a confiança do torcedor, que foi perdida após o fiasco na Copa América. Particularmente, a apresentação brasileira, de modo geral, não me surpreendeu muito. Foi bem, jogou melhor que os costarriquenhos, mas poderia ter feito um placar bem mais amplo.
Como já era esperado, o time verde-amarelo tomava a iniciativa, enquanto o adversário esperava uma brecha para armar um contragolpe potente. Alguns pontos merecem ser ressaltados positivamente como o sistema de marcação, que ainda mostra ser o ponto mais forte dos brasileiros; além desse, a saída de bola melhorou com o retorno de Luiz Gustavo; a estreia de Lucas Lima merece dignos elogios, pois o meia atuou da mesma forma que costuma jogar com a camisa do Peixe, flutuando pelo campo e se movimentando bem pelos dois lados.
Esse jogo nos proporcionou também olhares diferentes a Douglas Costa, que faz uma temporada absurda na Alemanha e, ao mesmo tempo em que chega com apoio e prestígio para esses jogos preparatórios, ganha uma cobrança maior do torcedor para ser decisivo na frente; fez bom segundo tempo, marcou um gol, mas o árbitro se equivocou ao anula-lo.
Ah, a arbitragem… Errou em anular dois gols legítimos, um para o Brasil e o outro para a Costa Rica. No lance do score brasileiro, Hulk fez uma carga sobre o zagueiro que, em solo verde-amarelo, seria faltosa.
Mas voltando ao rendimento dos atletas, o Brasil melhorou no segundo tempo, muito em função da entrada de Kaká. Junto ao meia do Orlando City, Marcelo criava também boa movimentação pelo lado esquerdo do campo e, assim, as melhores chances brasileiros saíam dos pés de Kaká, Marcelo e Douglas Costa. Pelo outro lado, Danilo também teve destaque positivo; todavia, no conjunto da obra, o placar resume muito bem o jogo.
Brasil criava a partir dos erros de posicionamento da Costa Rica; mas pecava nas finalizações. Agora, Dunga tem uma série de opções para a zona de criação brasileira, que só os nomes de Douglas Costa e Willian me parecem definidos para o ataque titular no duelo frente aos Estados Unidos, na próxima terça-feira. Vejo o treinador brasileiro com uma grande dor de cabeça, pois sua proposta inicial não gerou os resultados esperados, com exceção de Lucas Lima — este foi muito bem. O que realmente aumenta a indecisão de Dunga, é o fato de o banco ter melhorado o rendimento brasileiro, uma vez que pode configurar todo o esquema do técnico.
O Brasil tem apenas um jogo até o início das Eliminatórias e, mesmo em época de preparação e início da temporada europeia, é necessário que estejamos prontos para o primeiro jogo, diante do Chile. Vamos aguardar o que o próximo amistoso nos reserva.