No universo dos carros pequenos, ou mesmo médio-pequenos, em que se buscam soluções de comodidade para os usuários e de baixo custo produtivo para as montadoras, com o resultado de veículos bem semelhantes uns aos outros, às vezes aparece uma exceção.
E a 500 Abarth é exatamente isto : uma exceção. Por sinal, uma brilhante e agradabilíssima exceção, feita sob medida para quem gosta de pilotar um carro de apelo claramente esportivo e, para isso, renuncia a uma parcela de conforto. Coisa que passa despercebida em pisos de asfalto bom, mas que aparece, de forma clamorosa, nas esburacadas ruas de São Paulo.
Já ao sentar ao volante, percebe-se o que seus projetistas quiseram fazer. A direção é bem mais direta que a de um carro comum, com 2,3 voltas do volante contra as 2,98 da 500 normal. Isto permite uma condução esportiva, sem muitos problemas. A isso se soma uma suspensão que faz a 500 Abarth grudar ao chão, uma relação de marchas bem escolhidas, engates do câmbio precisos, frenagem adequada ao desempenho (o carro, de acordo com a Fiat, chega a 213,5 km/h) e estabilidade à toda prova.
No interior, muito bem acabado, os bancos dianteiros seguram bem o corpo nas curvas, a ergonomia foi cuidadosamente estudada, a ponto de, largando a mão do volante, ela cair diretamente no topo de alavanca de câmbio, e tudo contribui para deixar o motorista bem à vontade. E o item segurança passiva se vale, além dos air-bags tradicionais, de air-bags laterais e de proteção da cabeça e ainda air-bag para os joelhos do motorista.
Em suma, trata-se de um carro com uma proposta bem definida, deixando claro, para quem quiser apenas passear em baixa velocidade, que a escolha correta seria a versão normal da 500. Já, quem deseja algo mais esportivo, vai encontrar nesta 500 Abarth uma solução bem perto do ideal.
Seu motor é oferecido, na Itália, com três opções de potência : 140 , 160 e 180 cv (além da versão denominada biposto com 190 cv que é voltada diretamente às competições). Para esta versão, pensada para os Estados Unidos, a potência é de 160 HP (o que corresponde a cerca de 162 cv). Mas, no Brasil, isto aumenta para 167 cv.
Para esclarecer a questão, Ricardo Dilser, consultor técnico do Grupo FCA em Betim, nos explicou “duas tecnologias do 500 Abarth se dão muito bem com a nossa mistura álcool-gasolina, o Multiair e o turbo, o que resultou no aumento da potência para 167 cv. Além disso a câmara de combustão trabalha mais fria, conseguindo-se então uma curva de avanço cerca de 2 a 3 graus mais alta”. Aí está, para os curiosos como eu, a explicação do ganho de praticamente 5 cv na passagem do Equador !