A compactação santista somada ao talento de Lucas Lima deram à equipe de Dorival Júnior, nas duas partidas, a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil.
Na etapa inicial, o Santos aparentava ter a mesma postura da semana passada, visto que era melhor desta vez. Os visitantes executaram quatro finalizações à meta de Cássio. Na primeira, saiu o gol de Gabriel. As demais, todas foram defendidas pelo arqueiro corintiano. E o mais interessante: os quatro lances foram de jogadas de contragolpes velozes. Ou seja, o Alvinegro da Baixada, que buscava anular os espaços dos mandantes da intermediária para frente, era muito mais cirúrgico, pois sabia explorar bem os erros de posicionamento do adversário como aconteceu no primeiro gol.
Ademais, a criação do Corinthians dependia muito de Renato Augusto e Matheus Pereira, já que Jádson foi cortado às vésperas do clássico. De fato, o camisa dez fez falta; era nítido, principalmente quando mandantes apostavam em chutes de fora da área, porque não conseguiam penetrar no sistema defensivo do oponente. Todavia, o Timão era muito melhor em relação ao jogo da Vila, saindo muito mais para o ataque e buscando o placar a todo momento, ainda mais em função de boa atuação de Renato Augusto, que era o corintiano mais lúcido no jogo.
A etapa complementar foi mais agitada, com gols para os dois lados. As duas equipes seguiram jogando da mesma forma, assim como saiu o segundo gol santista: aproveitando a falha dos laterais. Mais uma vez, jogada pela ponta, cruzamento rasteiro na área e alguém empurra para o gol. Dois contra-ataques fulminantes em cima de duas falhas desastrosas da zaga de Itaquera.
O placar agregado de 4-1 reflete a grande superioridade do Santos nos dois jogos. Caso o Corinthians tivesse jogado na Vila Belmiro com a mesma postura que teve em Itaquera, certamente teríamos uma decisão bem mais equilibrada emocionante.
Tite, enfim, tem foco total no Campeonato Brasileiro e Dorival segue dando continuidade ao seu belo trabalho no mata-mata.
Mais cedo, no Castelão, o São Paulo aplicou uma goleada de 3-0 sobre o Ceará. Quem não assistiu à partida e acredita que o Tricolor venceu com facilidade, pode acabar caindo num equívoco. A equipe de Osorio não jogava apenas contra o lanterna da Série B, mas diante de um time totalmente desfalcado, nervoso e desequilibrado na partida. Era evidente que o Vozão iria jogar totalmente fechado, buscando sair do estádio com o empate; mas catimbou desde o minuto inicial, ganhou uma chuva de cartões amarelos e se perdia em suas próprias discussões com o árbitro.
O caminho do triunfo são-paulino começou a ser traçado a partir da expulsão de Wellington Carvalho e do penal convertido por Rogério Ceni, ambos no fim da etapa inicial — se não fosse por esses motivos, o nervosismo do Tricolor teria aumentado bastante e a eliminação se tornaria um risco ainda maior. Já no segundo tempo, o gol de Thiago Mendes, aos 10′, foi de extrema importância, pois deu aos paulistas a tranquilidade necessária para que saíssem com a classificação garantida. O score de Pato, serviu apenas concretizar a obrigação do paulista nesses dois jogos. E assim, se restabeleceu a normalidade do confronto.
Além de Santos e São Paulo, Palmeiras e Fluminense também se classificaram após decidirem jogos como visitantes. Já a surpresa da noite ficou por conta do Figueirense que, em casa, desbancou o Atlético-MG, atual campeão do torneio.