Juan Carlos Osorio tinha grandes motivos para deixar o comando do São Paulo. Na verdade, ainda tem, visto que o fato de Ferretti ter assumido a seleção mexicana não dizima qualquer possibilidade do colombiano deixar o clube.
É difícil imaginar, no atual contexto do Tricolor, o que deve ter passado na cabeça de Osorio para ter seguido em solo brasileiro. Se eu estivesse no lugar do treinador, pensaria primeiramente num aspecto o qual eu considero o mais importante para nortear uma equipe: o planejamento. No México, o colombiano teria um projeto a longo prazo, que só seria concretizado em 2018, na Copa da Rússia. Agora, no São Paulo, o futuro do treinador é indefinido, e a decisão de hoje frente ao Ceará pode trazer luzes ou trevas ao CT da Barra Funda.
Além disso, Osorio tem um estilo de trabalho, que não dá certo na equipe do São Paulo. Agora, permanecendo na capital paulista, terá de se adaptar a uma índole que está longe de seu gosto em razão dos erros cometidos pelos dirigentes são-paulinos. Ou seja, quando o treinador chegou ao clube, tinha peças que poderiam se moldar em seus esquemas; atualmente, ele precisa se adequar ao que lhe é proposto.
Em outras palavras, os cartolas fazem a sujeira e Osorio tem de limpar.
Em paralelo, o episódio da mensagem do Whatsapp somado à fala de Ataíde Gil Guerreiro, afirmando que ele é quem manda no futebol, entristece qualquer amante do futebol, pois exemplificam, de maneira clara, a razão dos transtornos vividos pelo técnico no clube.
Hoje, o São Paulo está na sexta colocação do Campeonato Brasileiro — graças a Osorio.
Até agora, o único pronunciamento com respeito à permanência do colombiano foi feito pelo vice-presidente. O treinador ainda não abriu a boca. Portanto, resta aguardar a partida frente ao Ceará.