Durante essa semana, um trágico acontecimento longe dos gramados se destacou entre as manchetes dos jornais do sul do país. Mailson, que trocou o Caxias do Sul pelo Juventude em maio, fez provocações à torcida grená em seu primeiro jogo contra a ex-equipe, no dia 9 de agosto. Na noite da última quita-feira, o carro do atacante foi alvejado por um tiro. Ele estava junto com o colega Jô, também atleta, e felizmente ambos escaparam ilesos.
Agora, o atacante, que já tinha recebido ameaças pessoalmente na data do jogo, continua sendo hostilizado pelas redes sociais e via mensagens de celular. O clima pelo alviverde é de pura tensão entre as duas vítimas, que certamente deixarão o Juventude nos próximos dias. Hoje, o clube gaúcho enfrenta o Guarani em jogo válido pela Série C do Campeonato Brasileiro, e os próprios atletas pediram para viajar ao interior paulista, apenas para não ficar na cidade.
As provocações, as piadas e as brincadeiras sadias pós-jogo fazem parte da cultura futebolística, não só aqui no Brasil como em todos os países. Atualmente vivemos num contexto de que para acabar com a violência dentro e fora dos estádios é preciso tomar medidas óbvias como o extermínio de organizadas. Não, não é tão óbvio. O problema não é a torcida, mas o ser humano, que se disfarça de torcedor. O indivíduo que puxou o gatilho em direção aos atletas do Juventude ainda não foi encontrado, porque a essa altura do campeonato já deve estar camuflado nas arquibancadas do país. E aí está o problema que a cada dia ganha mais tamanho.
Bandido é bandido e torcedor é torcedor. Jamais confunda uma coisa com a outra.