Nas duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro, o destaque maior ficou por conta da arbitragem brasileira.
O sorteio do qual saiu o juiz que apitaria o jogo do time de seu mesmo estado, lances de pênaltis polêmicos e protestos direcionados ao governo do país foram alguns dos fatos que apontaram os holofotes para essas que deveriam ser apenas singelas personagens em campo.
A começar falando sobre a orientação da Fifa que cada vez mais gera discussões no Brasil. Atualmente, a decisão na hora de apitar o penal acaba ganhando mais atenções, pois o árbitro deve estar atento às seguintes circunstâncias: se o jogador se movimenta no sentido de bloquear um chute ou cruzamento, e ele atinge seu objetivo ajudado pelo contato da mão com a bola, mesmo que sua intenção não seja a de utilizar os braços ou mãos no lance; se a posição da mão ou braço ao tocar na bola é uma decorrência natural do movimento; se a posição da mão que toca a bola representa um aumento do espaço que o corpo do atleta ocupa; e, por fim, o “feeling” do árbitro.
Se em um jogo o juiz marca um penal e no outro deixa de apitar em um lance semelhante, acaba gerando polêmica. No último confronto do Corinthians diante do Sport, a discussão só teve tamanha amplitude em razão da penalidade não marcada a favor dos são-paulinos, no clássico de domingo passado. Ademais, ter um árbitro paulista só contribui em proliferar o conflito. Felizmente, o assoprador teve boa atuação; mas fica aí uma lição àqueles que escolhem os nomes que vão ser sorteados.
Na última rodada, acompanhamos alguns protestos direcionados ao governo federal pelo veto da presidente Dilma Rousseff com relação ao uso da imagem dos árbitros na TV. Em função das manifestações do Bom Senso contra CBF, foi instituída uma nova regra cuja determinação relata que qualquer reivindicação feita nos estádios com faixas e cartazes tem que ser pré-aprovada pela entidade. Na hipótese de desobediência, haveria punição a clubes e atletas. Agora, se os assopradores de apito conseguiram a aceitação, tudo certo; mas, caso contrário, a democracia deveria prevalecer e, portanto, mereciam a mesma sentença de um jogador que protestasse contra a CBF.