Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
O duelo entre Vasco e São Paulo, em Brasília, apresentou os resultados do trabalho feito por Osorio ao longo dessa semana e quais setores de seu sistema tático merecem uma atenção especial do treinador.
De fato, os dois gols iniciais da partida surgiram de uma fusão entre a boa movimentação do ataque são-paulino e o conjunto de erros do sistema defensivo vascaíno. Com uma boa vantagem a seu favor, o Tricolor passou a administrar a partida, mas sofreu depois, quando Roth abriu mão de jogar com três volantes. Daí destaco alguns pontos negativos para o lado paulista.
A equipe de Osorio sofreu muito com a saída de bola, dando dois contra-ataques de bandeja para o adversário. Isso em função da marcação adiantada do Vasco, que aos poucos ia crescendo na partida. Além disso, na segunda etapa, a equipe cruzmaltina chegou a desperdiçar quatro grandes chances, o que demonstra toda fragilidade da defesa e a falta de uma adequada compactação junto aos volantes Wesley e Rodrigo Caio — que fizeram boa partida dando uma interessante dinâmica ofensiva no meio de campo, mas deixaram a desejar no apoio defensivo.
Em paralelo, o treinador do Tricolor ainda não encontrou o posicionamento ideal para Ganso. A cada jogo, vemos o camisa 10 fazendo testes por todos os lados do campo. Em minha concepção, o fato de Ganso se destacar nos confrontos não se deve apenas à posição dele, mas ao sistema no qual ele está inserido. Gosto quando ele joga centralizado, com liberdade na intermediária; mas para que ele funcione bem, é preciso uma aproximação maior dos que jogam mais abertos e da linha de frente. É bem aí que o São Paulo anda pecando ofensivamente, pois uma equipe que prevalece o toque de bola, não pode ter um atleta distante do outro, ainda mais o armador do time.
Com respeito aos pontos positivos, Osorio deixou Pato atuar como se sente mais à vontade no campo, e isso trouxe ótimos resultados ao paulista. Foi um dos elementos mais determinantes para o resultado final do duelo. Além do atacante, Michel Bastos também se apresentou bem. Todavia, o fator fundamental para a movimentação do ataque se deve a Centurión, que deu à equipe o ritmo de que tanto necessitava.
Em suma, São Paulo oscilou muito ao longo do duelo. O placar foi largo porque Roth errou na escalação inicial, o sistema defensivo vascaíno falhou nos dois primeiros gols e o ataque foi ineficiente. Riascos, que desperdiçou as grandes chances, foi substituído, e assim o Vasco perdeu forças. Entretanto, quando estava bem, o Tricolor não tinha volume de jogo, tampouco o controle do meio de campo.
Para Osorio, resta muito trabalho, mas parece que ele encontrou o caminho certo.