Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Juan Carlos Osorio está preocupado. Isso em função da perda de quatro jogadores de seu elenco (Souza, Paulo Miranda e Denilson), seguida das propostas recebidas do exterior por Ganso e Luis Fabiano — sem contar outros fatores externos que afetam a equipe nos gramados.
No caso de Ganso, grande parte da torcida queria a saída dele e, assim, a diretoria se sentia pressionada para vendê-lo. Além disso, esse não foi único motivo de intimação para que os cartolas do clube vendessem o jogador, visto que o clima entre os dirigentes do Conselho Consultivo não é dos mais agradáveis. Todavia, o que realmente pesou para que o atleta ficasse foi o ultimato de Osorio, indo contra as vontades do camisa dez, que desejava disputar a MLS ao lado de Kaká.
Com relação a Luis Fabiano, ele recebeu uma proposta do Cruz Azul-MEX. Ao longo da negociação, o São Paulo fez uma pedida alta, que causou a desistência dos mexicanos. Desse modo, o atacante solicitou uma reunião com Ataíde Gil Guerreiro e manifestou sua vontade de ir embora, pois sabendo que não terá o contrato — que expira no fim do ano — renovado, e estando com 34 anos, mais cedo ou mais tarde ele poderá sair de graça (ele quer agora).
Tudo à infelicidade e ao agravamento da preocupação do treinador, que aos poucos vai entendendo como funciona o mercado brasileiro e que ainda aguarda pela permanência de todos os seus atletas. Segundo ele, o elenco são-paulino está ficando vulnerável, o que realmente acontece com uma equipe que vende muito — em razão da situação financeira — e contrata pouco. Vale ressaltar que o São Paulo ainda sonha com a chegada de um zagueiro canhoto (Dória), mas não obteve resposta de proposta enviada ao Olympique de Marseille (FRA) e tem apenas até a próxima terça-feira como data limite da janela brasileira.
Em suma, além de perder peças importantes do seu elenco e correr o risco de, a qualquer momento, não poder mais contar com outras, Osorio ainda possui no grupo jogadores que desejam sair, e vejo este como o grande problema. Para ele, o brasileiro é muito emotivo, sendo que o europeu é mais pragmático, o que cria mais um desafio de trabalho para o treinador. A partir daí, percebemos a grande preocupação do colombiano com o emocional dos seus atletas, que deixam os fatores extracampo influenciarem com facilidade o seu rendimento dentro campo.