Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Oito de julho não é mais um dia comum em nosso calendário. Tornou-se um falso feriado, o qual faz menção ao fatídico episódio ocorrido no Mineirão.
O brasileiro criou expectativas de mudanças, esperando um time novo, um futebol novo, uma comissão técnica nova e o característico brilhantismo das cinco estrelas que carregamos no peito. Atualmente, o time possui peças novas, mas o futebol é basicamente o mesmo de trezentos e sessenta e cinco dias atrás. A comissão técnica mudou, todavia enquanto os que fazem parte do topo da hierarquia da CBF continuarem lá, seguiremos perdendo de sete a um todos os dias.
O antigo mandachuva saiu, deu lugar ao vice e hoje se encontra atrás das grades suíças. Já o atual, simplesmente sumiu no momento mais crítico da história da Seleção Brasileira, sem contar que esteve ausente também durante o torneio continental. Além de não estares presentes na Copa América o vice-presidente da entidade, Delfim Pádua Peixoto Filho, e o secretário-geral, Walter Feldman, o Brasil teve como único representante ao longo da competição o diretor de marketing.
Paralelo a isso, as notícias que saíram com respeito ao nosso até então presidente no decorrer dessa semana, alegam que ele estaria sendo investigado em relação a supostas propinas que teria recebido para conceder contratos comerciais a parceiros da CBF. Se antes, quando o escândalo da FIFA explodiu na mídia, já havia uma desconfiança sobre a permanência do cartola a frente da entidade, hoje ela aumenta demasiadamente. No próximo dia 20, haverá a reunião extraordinária da Fifa, que decidirá o futuro do futebol mundial. Caso Del Nero não apareça, como fez na Copa América, buscando um certo anonimato e temendo ter o mesmo fim de Marín, será um sinal de clamor por um chefe decente, assim como todo o corpo político.
Por fim, acho válido repetir: enquanto os cartolas da entidade máxima do futebol brasileiro forem os mesmos, todos os dias serão como o oito de julho de dois mil e quatorze — vergonhosos para o povo brasileiro. A safra de atletas será ruim, a comissão técnica continuará pensando que possui os mesmos poderes dos dirigentes — como aconteceu no caso Neymar, quando Dunga e o resto de sua delegação pediram à diretoria para que desistissem do recurso, a fim de poder liberar o atacante para a Espanha —, o futebol brasileiro seguirá com a mesma qualidade e não incrementaremos nada em tática, nem em técnica, tampouco em um necessário planejamento em longo prazo.
Feliz oito de julho.