Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
O mês de julho é marcado pelas milionárias transações realizadas entre os mais diversos clubes de todo o planeta. Todavia, Julho de 2015 jamais será esquecido, justamente em função do número de marcantes despedidas que presenciamos nesse período de pré-temporada.
Cech, Gerrard, Xavi, Casillas, Schweinsteiger… Estes foram apenas alguns dos muitos que disseram adeus aos seus clubes para encarar um novo desafio em suas respectivas carreiras.
O ídolo dos Blues nos últimos onze anos, Petr Cech já veste a camisa do rival londrino, o Arsenal, clube no qual sempre sonhou se aposentar.
A frente do Chelsea, o arqueiro tcheco já conquistou uma Liga dos Campeões (2011-12), uma Liga Europa (2012-13), levantou quatro vezes o caneco da Premier League (2004-05, 2005-06, 2009-10 e 2014-15), e por aí vão mais títulos pela FA Cup, FA Community Shield e Carling Cup. Definitivamente, uma carreira vitoriosa, com prêmios coletivos e individuais, como o reconhecimento da entidade master do futebol de melhor goleiro do mundo e até o terceiro melhor do milênio.
Ainda com respeito aos guarda-redes, nessa semana Casillas teve uma emocionante despedida do Real Madrid. O clube e o atleta chegaram ao acordo de que a proposta oferecida pelo Porto seria a melhor alternativa a ser seguida. O triste fim da era Casillas, que durou vinte e cinco anos, não foi dos melhores, tendo a saída do jogador pela porta dos fundos da agremiação, tudo em função de sua última temporada, quando foi vaiado diversas vezes pela torcida e passou a ser contestado como nunca. Também ficou claro que a diretoria, por sua vez, não fez qualquer esforço para blindá-lo.
Apenas pelo Real Madrid, o eterno capitão levantou cinco taças da La Liga (2000-01, 2002-03, 2006-07, 2007-08 e 2011-12), conquistou duas Copas do Rei (2010-11 e 2013-14), quatro Supercopas da Espanha (2001, 2003, 2008 e 2012), ergueu três vezes o caneco da Liga dos Campeões da UEFA (1999-00, 2001-02 e 2013-14), duas Supercopas da UEFA (2002 e 2014), triunfou uma Copa Intercontinental (2002) e um Mundial de Clubes da FIFA (2014). Isso tudo sem contar os prêmios individuais, que formam uma grande lista na qual podemos encontrar os títulos de melhor goleiro do mundo, luvas de ouro, terceiro melhor do milênio e muito mais.
Gerrard se despediu do Liverpool após conquistar uma Copa da UEFA (2000-01), uma Liga dos Campeões (2004-05), três Copas da Liga Inglesa (2000-01, 2003-04 e 2011-12), duas Copas da Inglaterra (2000-01 e 2005-06) e duas Supercopas Europeia (2001 e 2005). O meia vestia o uniforme vermelho desde 1987, quando ele chegou nas categorias de base do clube inglês. Agora, um dos maiores nomes da vitoriosa história do time britânico vestirá a camisa do Los Angeles Galaxy, onde ainda terá mais desafios em razão do grande desenvolvimento da MLS.
Schweinsteiger, depois de dezessete anos, vive uma nova etapa em outro supercampeão, o Manchester United.
“O Manchester United é o único clube que eu faria deixar Munique. Eu realmente senti uma vontade enorme de mudanças e agora eu vou disputar a liga mais competitiva do mundo e também voltarei a trabalhar com o Louis Van Gaal”, afirmou o atleta.
Aos 30 anos — assinou por mais três temporadas com os ingleses — Schweinsteiger soma mais de 500 jogos pelo Bayern de Munique e inúmeros títulos: oito vezes campeão alemão (2002-03, 2004–05, 2005–06, 2007–08, 2009–10, 2012–13, 2013–14 e 2014–15), sete da Copa da Alemanha (2002–03, 2004–05, 2005–06, 2007–08, 2009–10, 2012–13 e 2013–14), campeão da Copa da Liga Alemã duas vezes (2004 e 2007), conquistou duas Supercopas da Alemanha (2010 e 2012), uma emocionante Liga dos Campeões da UEFA (2012–2013), uma Supercopa da UEFA (2013) e um memorável Mundial de Clubes da FIFA (2013).
Xavi se despediu do Barcelona, onde jogou desde 1991, com 11 anos de idade, quando ingressou nas categorias de base catalã. O meia diferenciado, que possui uma invejada visão de jogo, passará a atuar pelo Al-Sadd, do Qatar. O espanhol estreou profissionalmente em 1998 e de lá para cá foram títulos e mais títulos, como o bi-Mundial da FIFA (2009 e 2011), as quatro conquistas da Liga dos Campeões (2005–06, 2008–09, 2010–11 e 2014–15), as Supercopas da UEFA (2009 e 2011), oito vezes campeão da La Liga (1998–99, 2004–05, 2005–06, 2008–09, 2009–10, 2010-11 e 2012-13, 2014–15), tri da Copa del Rey (2008–09, 2011–12 e 2014–15), seis Supercopas da Espanha (2005, 2006, 2009, 2010, 2011 e 2013) e nada menos do que quatorze Troféus Joan Gamper (1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2010, 2011, 2013 e 2014).
A despedida de Xavi foi coroada com a Champions League, o que deixou uma grande marca no coração do torcedor. Assim como, diante do Crystal Palace, o lotado Anfield disse adeus a Gerrard. Cada despedida deixou uma memória para o torcedor e para os amantes do futebol; fiz questão de citar algumas das conquistas de cada um, pois são a grande prova concreta de que eles serão eternamente lembrados por futuras gerações de seus respectivos clubes.
Por fim, fatores como dinheiro, desentendimentos com a diretoria ou simplesmente a busca por novos desafios, nenhum deles disfarça a grande relação entre clube e jogador. O exemplo perfeito, que por sinal é digno e admirável, tem respeito à atitude de Tevez, que trocou a fortuna da Europa pelo simples fato de jogar onde mais gosta. O reconhecimento disso, foi estampado nas arquibancadas da La Bombonera.