Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Os dois jogadores jogadores que desejam sair do São Paulo — assunto já discutido na matéria “Osorio está conhecendo o mercado brasileiro” — foram expulsos na tarde deste domingo. Coincidência ou não, aí vai da cabeça de cada um.
No duelo, foi possível separar o São Paulo em dois: do meio de campo para frente e do meio para trás. Na parte ofensiva, Osorio esquematizou sua equipe com o posicionamento ideal para Ganso e equivocado para Michel Bastos. O camisa dez atua melhor centralizado e com a proximidade de seus companheiros. Assim o treinador o situou, mas, mais uma vez, esteve apagado. Com respeito ao sete são-paulino, atuou na maior parte do confronto como ala. Sabemos que um grande potencial do ataque tricolor são os chutes de fora da área feitos pelo meio campista; todavia, além de marcar mal, ele não tem aquele conforto de cortar para o centro e finalizar ao gol. Em outras palavras, duas atuações bem apagadas, sendo que uma não pode ser justificada pelo posicionamento. Entretanto, obviamente, a ineficiência dos visitantes não aconteceu apenas em razão das atuações dos dois, mas também de Pato, Centurión e Luis Fabiano. Agora com relação à parte defensiva, há um grande desentendimento na linha dos três zagueiros, muitas vezes tendo os seus componentes perdidos. Ademais, ainda não sinto a confiança necessária da dupla de volantes para a compactação defensiva, visto que em diversos momentos o time pernambucano tinha liberdade para atuar na intermediária paulista, além dos espaço cedidos pelas laterais, onde Marlone e André sempre caiam pelas costas dos marcadores.
Quanto ao jogo, tivemos uma primeira etapa muito agradável e altamente movimentada, mas infelizmente marcada por alguns clamorosos erros da arbitragem. No início, o São Paulo era melhor e parecia ter o controle do jogo. Aos poucos o Sport ia se impondo na partida, transparecendo uma paciência impressionante para sair com a bola e criar jogadas. Marcou o primeiro gol a partir de um erro de marcação do adversário. Poderia ter marcado o segundo ainda na etapa inicial, quando o juiz apitou com convicção um penal a favor do Rubro-negro, mas acabou sendo influenciado pelo assistente e marcou fora da área. Na sequência, Danilo Fernandes salvou a pele do assoprador ao fazer uma saída perfeita nos pés de Pato.
O ritmo forte da etapa inicial, que era imposto pela intensividade do Sport, acabou diminuindo na complementar. O jogo ficou mais estudado, mas os mandantes estavam melhor e desperdiçavam ótimas chances para balançar o barbante. Quando Ferrugem entrou, o Rubro-negro ganhou mais profundidade pelo lado direito. Preocupado com isso, Osorio colocou Reinaldo pela esquerda e Michel Bastos para atuar pelo meio — meio tarde, é claro. Agora, com duas expulsões em dois minutos, qualquer reação que o São Paulo poderia exercer foi imediatamente anulada. Só restava ao time da casa marcar mais um gol para fechar o placar.
Sport é um grande mandante. Até aqui, jogando no Recife, são sete vitórias e apenas um empate. Impressiona bastante com sua paciência, além de saber jogar bem diante das deficiências do adversário — Élber e Ferrugem dizimaram o lado esquerdo são-paulino. Além disso, vale um grande destaque para André e Marlone, os melhores da partida.
Com respeito ao São Paulo, primeiramente será necessário escolher aqueles que querem entrar em campo, vestir a camisa do clube e brigar pela vitória. A partir daí, criar e definir um novo sistema tático em cima das qualidades destes eleitos. Hoje poderia ter vencido, começou bem, mas despencou de rendimento após o gol sofrido, ainda mais com o desaparecimento dos cinco que jogam a frente.