A CBF, com seus principais dirigentes, está acuada. De um lado o governo, que exige determinadas garantias para aliviar a pressão fiscal. De outro, e ainda mais pesado, o descontentamento público quanto ao nosso futebol, de uma forma geral, e da seleção, em particular.
Então, numa bela jogada de marketing, o que inventou a CBF? Uma ampla consultação a várias categorias, de forma a aplacar a opinião pública e mostrar que está efetivamente trabalhando para resolver a situação.
A primeira categoria consultada foi a dos ex-técnicos da seleção. Quase todos os ainda vivos lá estiveram e a maioria coincidiu num ponto, a de que a base do futebol deve ser reformada. Só assim, entenderam os vários Parreira, Lazaroni, Falcão e Candinho, entre outros, que o futebol brasileiro vai mudar seu rumo.
Futuramente, em datas ainda não conhecidas, serão realizadas reuniões com jogadores campeões do mundo, profissionais da saúde e até jornalistas esportivos de forma a criar um painel de opiniões o mais amplo possível. E a partir daí, tirar algumas conclusões e eventuais mudanças de rota.
Enquanto isso, tenta-se mostrar trabalho e preocupação com o futuro do futebol, deixando cuidadosamente de lado o fato de que não adianta tentar recuperar a árvore quando sabidamente são suas raízes que estão podres. Com federações, sobretudo no norte, que sobrevivem graças à “esmola” que recebem mensalmente da CBF e que constitui boa parte de seu orçamento, além de atrelar seu voto em todas as eleições, não iremos a lugar nenhum. Mais do que isso, estaremos perpetuando um sistema de capitanias hereditárias que precisa ser desmontado e eliminado para que, com dirigentes honestos e capazes, tenhamos um futuro melhor.
Isso sem esquecer que gerações de jogadores de futebol são sazonais, algumas excelentes, outras normais, outras abaixo da média. E é exatamente uma dessas que temos neste momento, pelo que a seleção só pode ser o que estamos vendo…