O circuito de Assen, onde tradicionalmente se disputa o GP da Holanda, é chamado popularmente de “catedral do motociclismo” por seu belo traçado, onde só os campeões conseguem se impor. E lá Valentino Rossi já tinha ganho 8 vezes, 6 na categoria principal e 2 nas inferiores, pelo que sua vitória de sábado não pode causar surpresa. O que poderia surpreender seria a grande vantagem que ele abriu sobre o companheiro de equipe, Jorge Lorenzo, que chegou apenas em terceiro e agora amarga 10 pontos de atraso no mundial.
Mas o que tornou este GP sensacional foi a luta, durante todo o tempo, entre Rossi e Marquez, o detentor do título que praticamente deu adeus a ele mas que foi autor de uma corrida soberba, tentando, de toda forma, passar à frente de Rossi e até conseguindo-o quando faltavam 8 voltas ao final mas não conseguindo depois resistir ao ataque de Rossi que venceu com amplos méritos. Marquez ainda tentou, na última curva, um ataque desesperado, tocando Rossi que teve que sair da pista mas assim mesmo conseguiu chegar em primeiro.
O triunfo de Rossi, que deu uma verdadeira aula de como pilotar uma moto de corrida e lembrou seus melhores dias do passado, quando amealhou nada menos que 9 títulos mundiais, começou a ser construído nos treinos, quando o italiano, após muito tempo, conseguiu a pole-position. E, a partir dela, pulou na frente, impondo um ritmo que só Marquez, andando permanentemente no limite, conseguia acompanhar. Além disso mostrou a todos que, corrigindo seus problemas dos treinos, quando raramente consegue obter um bom lugar para a largada, sendo depois obrigado a corridas de recuperação, será sempre um difícil adversário para qualquer um de seus concorrentes. E seu sonho de conseguir nesta temporada seu décimo título mundial poderá se tornar uma radiosa realidade, sem que isto possa causar qualquer surpresa.
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