Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Nos minutos iniciais da partida frente à Venezuela vimos um Brasil diferente, e não era por causa das novas peças de ataque. A equipe de Dunga era aguerrida, concentrada e jogava com a “pegada” necessária para avançar no torneio. As linhas de frente pressionavam o adversário, que possuía dificuldades para sair com a bola. Dessa forma a Seleção conseguiu o escanteio que resultaria no gol de Thiago Silva, aos 8′.
Além disso, uma mudança muito positiva feita por Dunga merece ser ressaltada: o posicionamento de meias e atacantes. Robinho não tinha posição fixa, tinha grande liberdade para atuar fora da área e proporcionou ao treinador bons resultados com relação à sua disciplina tática. Coutinho e Willian cambiavam de lado simultaneamente, chegando até confundir o sistema de marcação do oponente. Esse tipo de movimentação no ataque estava faltando para os brasileiros, pois nos últimos quem costumava despertar esse tipo de comportamento ofensivo era Neymar.
Com o placar ao seu favor, o Brasil deu uma diminuída no ritmo, mas seguiu buscando manter o controle do jogo. Na etapa complementar, a mesma pressão exercida no início da partida se repetiu, e o Brasil ampliou com Firmino. Depois tirou o pé do acelerador e assistiu à equipe venezuelana crescer no jogo. Com isso, Dunga ficou preocupado com o ataque aéreo do oponente e colocou Marquinhos pela direita e David Luiz como volante. Desse modo, a Seleção Brasileira esteve jogando com quatro zagueiros, dois volantes e dois laterais, e ainda assim conseguiu sofrer um gol de rebote, sem contar a pressão recebida no fim do duelo.
Com a vitória, o Brasil se classificou em primeiro lugar do grupo e enfrentará o Paraguai na próxima fase. Esperamos que a próxima apresentação brasileira seja de noventa minutos jogados da mesma forma que o começo da partida de hoje: com intensidade, foco, anulando qualquer espaço para o adversário. Ademais, o time paraguaio é enjoado, com uma defesa que sabe se portar em jogadas de infiltração. Portanto, mesmo apresentando segurança na maior parte do confronto de hoje, os brasileiros não podem vacilar e nem deixar o oponente se sentir bem no jogo, pois eles são mais do que espertos. A prova disso foi dada no jogo deles diante dos argentinos.