Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Jogo fraco, arbitragem fraca, mas o Brasil saiu com os três pontos. Mal havia começado a partida e a Seleção Brasileira já cometia um erro patético que resultaria no gol peruano. E o mais gozado: em dez jogos, a defesa de Dunga só havia sofrido dois gols; logo hoje, no duelo mais importante, fez uma clamorosa bagunça na pequena área. Sorte da zaga que Neymar aproveitou o bisonho erro do sistema defensivo peruano para colocar a bola dentro das redes dois minutos depois.
O jogo foi muito brigado, duro e com muitas faltas, de modo que uma série delas nem foram marcadas pelo juiz. Na etapa inicial, o Brasil tomava conhecimento de um Peru muito enjoado, fechado, que realmente marcava mal e cedia espaço pelas pontas. Já o time de Dunga desperdiçava chances de frente para a meta adversária.
Na etapa complementar, Neymar acertou o travessão e isso despertou uma nova ideia para Dunga, que sacou Tardelli para Douglas Costa entrar, buscando mais agressividade pelas pontas e finalizações de fora. Não foi isso o que aconteceu: com a entrada do atacante do Shakhtar, Neymar se apagou no jogo, e ele era o único que buscava criar chances de perigo. Fred esteve muito sumido e Dunga demorou bastante para colocar Firmino na vaga do meia — talvez tenha hesitado por ter deixado o camisa 11 no banco — mas, quando fez a alteração, consertou o posicionamento dos atletas e Neymar reapareceu. Nos acréscimos, o alívio surgiu dos pés do camisa 10, que deu um passe milimétrico para Douglas Costa balançar o barbante. O fato é que poderia ter mudado o jeito do time verde-amarelo jogar muito antes.
Guerrero foi anulado ao longo do duelo, isso em função de toda marcação feita pela dupla de volantes e pela dupla de zagueiros centrais. Méritos para o sistema defensivo no decorrer da partida. Deméritos em relação à confusão na área no minuto inicial.
Por fim, mais um ponto negativo: o retorno da Neymar dependência. A partida de hoje decepcionou muitos torcedores justamente pelo fato de os homens de frente estarem apagados. Fred, que rendia bem nos últimos dois jogos, pouco apareceu no segundo tempo. O outro armador brasileiro era anulado pela marcação peruana e teve de mudar de lado. Com os dois meias apagados, sobrava para a referência da equipe criar. Em função disso fizemos uma partida tão regular.
O próximo jogo será frente à Colômbia, que perdeu para a Venezuela hoje. O time colombiano é melhor tecnicamente e, para essa partida, o Brasil precisa de uma atuação melhor, pois vale a classificação para a próxima fase. Além disso, dentre os favoritos ao título, apenas as seleções de Dunga, de Óscar Tabárez e de Sampaoli venceram, mas todas que são consideradas decepcionaram na primeira rodada. Há quem diga que é nervosismo de estreia. Será?