Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, acusado de participar de ações de lavagem de dinheiro, evasão de divisas, falsidade ideológica e falsificação de documentos públicos. Paralelo a isso, ainda ocorre uma série de investigações com respeito ao escândalo da FIFA; mas não podemos confundir, visto que são dois casos diferentes.
As informações fazem parte de um relatório, produzido pela Polícia Federal em janeiro deste ano e enviado ao Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. O documento aponta movimentações financeiras do ex-dirigente no valor de R$464,5 milhões entre 2009 e 2012 — ainda na época em que estava a frente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014.
Ademais, o ex-dirigente também é investigado pela compra de um apartamento na Barra da Tijuca, em 2009, pelo qual pagou oficialmente R$720 mil. Teixeira adquiriu o imóvel de Cláudio Abrahão, irmão de Wagner Abrahão, dono do grupo Águia, que até hoje atende a CBF. O inquérito alega que o ex-dirigente não teria como comprovar os valores e suspeita da negociação, tendo em vista que o proprietário, Claudio Abrahão, teria comprado o imóvel sete anos antes pelo mesmo valor e ainda teria gasto com impostos para a transferência.
Por fora, mas correndo pela mesma direção, está o ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, e Cláudio Honigman, parceiro comercial dos dois dirigentes. Rosell, que dirigiu o clube catalão entre 2012 e 2014, renunciou ao cargo após ser investigado por suposto desvio de dinheiro na compra de Neymar. Na investigação da PF, ele é acusado de falsidade ideológica e falsificação de documentos.
A acusação que envolve Texeira, Rosell e Honigman é de que os três teriam movimentado R$ 45 milhões usando a empresa Alpes Eletronic Broker como fachada, além de também apontar fraudes em uma suposta venda de uma aeronave particular.
O ano de 2015 tem sido muito marcante para o futebol mundial, pois estamos dando um passo gigantesco na luta contra a corrupção e provando que estes, que se acham mais inteligentes do que outros, são meros patéticos que usufruem do esporte considerado uma paixão para suscitar a deturpação.
É gente como essa que alimenta a corrupção no Brasil e, por isso, estamos tão atrasados em relação aos outros países numa série de aspectos. Agora, as coisas passaram a ser enxergadas com os olhos certos, com a direção certa. Se os maiores bandidos usavam colarinho branco, devem mudar de uniforme nos próximos dias, como aconteceu com Marín. Se eram provas que faltavam, não faltam mais. Se era coragem, não é mais.
Desejamos que a justiça seja feita da maneira correta e que o futebol possa respirar sem o uso de aparelhos.