Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Para o duelo de hoje, frente ao Paraguai, Dunga deve ter conhecimento do adversário que tem pela frente; caso contrário, reviveremos o mesmo episódio da última Copa América.
Os paraguaios são conhecidos por suas defesas enjoadas, difíceis de serem penetradas. Ademais, o ferrolho paraguaio tem como fortes características a contensão no meio de campo e as ligações diretas, estas se destacando mais dentro do parâmetro ofensivo da equipe.
Ramon Diaz é um fiel defensor do jogo de toque de bola, mas provavelmente terá de combater esse estilo, caso o Brasil conquiste a superioridade numérica no meio de campo e, consequentemente, tenha mais volume de jogo — tudo indica que esta será a postura adotada por Dunga. Além disso, o Paraguai se recompõe rapidamente e, desse modo, travaria um combate interessante frente aos brasileiros que, por mais que não aparente, é um time de contra-ataques os quais muitas vezes são fatais para os oponentes.
O time do treinador argentino conta com duas baixa de grande peso: Ortíz, supenso, e Ortigoza, lesionado. A dupla de meio-campo atua com liberdade em função do sistema adotado por Diaz, que coloca Victor Caceres como cão-de-guarda central, soltando os dois volantes no tripé de meio-campo. Com a dupla ausente, todos os holofotes estarão voltados para González e Benítez, visto que o primeiro aporta velocidade e drible pela faixa direita, destacando-se pela recomposição rápida na linha de armação, enquanto o segundo se sacrifica pela equipe no combate ao lateral rival, além de realizar diagonais inteligentes. Fora esses, o destaque maior é Lucas Barrios, artilheiro, que pressiona demais no campo ofensivo e é veloz nas transições, mas ainda sofre quando precisa trocar passes para penetrar nas linhas do oponente.
No último treino, Diaz escondeu o jogo e não deu pistas da equipe titular. Já o Brasil, provavelmente entrará em campo com os mesmos da última partida.