Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Dunga consertou um problema antigo da Seleção: o setor defensivo. O Brasil de Scolari tinha como principal ponto fraco a recomposição pelas laterais, isso em função dos dois jogadores de característica muito ofensiva. Hoje, os titulares são Danilo e Filipe Luis, que possuem traços defensivos e que foram fundamentais para que o time tomasse poucos gols em 2014.
Danilo deu lugar a Fabinho e, este, trabalha ao lado de Willian, que demonstra como age a inteligência tática do time: enquanto o meia do Chelsea recua para receber a bola, arma para o lateral do Mônaco e deixa Neymar, Tardelli (Firmino) livres para se movimentarem. Assim, o 4-2-3-1 brasileiro se configura em diversos momentos para um 4-4-2.
Ademais, destaco um dado muito interessante. Em quatro jogos nesse ano, o Brasil marcou sete gols e, destes, cinco foram de jogadas de infiltração:
França 1-3 Brasil, gols de Oscar e Neymar;
Brasil 1-0 Chile, gol de Firmino;
Brasil 2-0 México, gol de Tardelli;
Brasil 1-0 Honduras, gol de Firmino;
Evidentemente, as jogadas de infiltração são uma grande arma ofensiva brasileira, principalmente quando os homens de frente jogam com liberdade. No gol de Tardelli frente ao México, Elias teve participação fundamental, atuando como o famigerado homem surpresa. Desse modo, com as boas atuações de Fred, percebemos que com a presença dos volantes no ataque, seja o do Corinthians seja o do Shakhtar, o ataque brasileiro ganha ainda mais força nesses lances.
Se até agora vem dando certo, é natural que o Brasil siga insistindo nesse tipo de jogada.
E se diante do Peru sair um gol dessa forma, não será surpresa para nós e tampouco para eles.