Neste sábado, em Berlim, será disputada a final da Champions League opondo o espanhol Barcelona e a italiana Juventus. Um exame dos elencos de que dispõe os dois técnicos, Luis Enrique do Barça e Massimiliano Allegri da Juventus, mostra uma clara superioridade do espanhol que, fosse o título disputado em jogos de ida e volta, seria indubitavelmente o favorito. O que não significa, de imediato, que venceria, bastando lembrar que, nas semifinais, outro time espanhol, o Real Madrid, exatamente em jogos de ida e volta, foi surpreendentemente eliminado pela Juventus. Resultado que precipitou, por sinal, a troca de técnico, ao italiano Ancelotti sucedendo, no comando do time madrilenho, o espanhol Benitez, de saída do Napoli.
Agora ninguém vai perder seu lugar, seja qual for o desfecho do jogo Luis Enrique continuará como técnico do Barcelona e Allegri da Juventus. Mas o resultado em si, seja qual for, não poderá ser rotulado como surpresa, a menos que ocorra uma goleada.
Para isto, é suficiente lembrar o que ocorreu duas década atrás, em Atenas, quando se defrontaram, também na final da Champions, Milan e Barcelona. Este, dirigido por Cruyff e contando, entre outros, com Romário, Stoichkov, Koeman e Guardiola, era o franco favorito pois o Milan não tinha sua dupla de zaga central, Costacurta e Baresi, e parecia dever ser presa fácil. Os jornalistas espanhóis perguntavam repetidamente a Cruyff se o Barça iria golear por 5 ou 6 a 0, mas, em campo, tiveram que assistir a um Milan que se superou e goleou 4-0 o Barcelona.
A chave tática daquele triunfo do time dirigido por Capello foi a marcação no meio de campo, o que dividiu o Barcelona em dois e impediu que a dupla Romário – Stoichkov tivesse uma participação positiva no jogo. Em outras palavras, os dois “não viram a cor da bola”.
Poderá agora a Juventus repetir aquele esquema tático? Parece extremamente difícil, mas certamente não é impossível. É mais fácil, sempre no plano tático, que o Barcelona marque estritamente Pirlo, cortando assim boa parte da criação de jogadas da Juventus, e Mascherano cole em Tevez. E lá na frente o trio Messi – Neymar – Suarez marque ao menos um gol. Não é por acaso que o goleiro Buffon, da Juventus, fixou em menos de 35% as chances de vitória de seu time…