Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Sempre defendi a ideia de que no mata-mata da Libertadores há o favoritismo, porém não existe a lógica, tampouco a “zebra”. Corinthians e Boca Juniors deixaram bem claro em seus duelos pelas oitavas que esta tese é verídica, visto que foram as equipes que apresentaram um futebol mais gracioso e que passaram por maus bocados diante de seus últimos adversários.
Hoje, o River Plate (time de pior campanha da primeira fase) recebeu o Boca Juniors (time de melhor campanha) no lotado Monumental de Núñez. O favorito era a equipe visitante, não apenas em razão da boa atuação na fase de grupos, mas também devido ao resultado do confronto entre os dois rivais no último domingo, do qual saiu vencedora pelo placar de 2-0.
O jogo foi muito brigado e, na etapa inicial, só deu River. O time da casa adiantou os dois volantes e a dupla de laterais para marcar no campo de defesa do adversário. Em virtude disso, o Boca tinha extrema dificuldade na saída de bola; em diversos momentos mal conseguia colocar a pelota no chão para trocar passes. Os visitantes sofreram muito com a blitz dos mandantes e deram sorte pelo fato de os Milionários pecarem tanto na pontaria.
Nos quarenta segundos iniciais da etapa complementar, o Boca fez tudo que não executara no primeiro tempo: criou duas chances perigosíssimas. Ademais parecia final de campeonato argentino, com muita provocação, catimba e lances violentos, seja com ou sem a bola. O time visitante conseguiu sair mais para o jogo, mas o River seguia melhor. Depois de tantas chances, o mandante abriu o placar, de penal. No fim, Teo Gutiérrez teve a façanha de conseguir o cartão vermelho de forma totalmente infantil e, assim, desfalcará sua equipe na La Bombonera.
O placar de 1-0 é magro, mas o River Plate joga na casa do adversário com a vantagem do empate. Se fizer um gol lá, será ótimo, pois obriga o Boca a fazer dois. A postura dos Milionários me agradou muito no duelo de hoje, marcando muito forte sem dar o mínimo de espaço para o oponente. Já a dos Xeneizes deixou a desejar no aspecto ofensivo; por outro lado, mostrou ter um sistema defensivo que consegue se segurar.