A eleição para presidência da FIFA deu o veredicto esperado : Blatter foi reeleito para mais 4 anos de governo (ou seria melhor definí-lo desgoverno ?). Como direta conseqüência, podemos então esperar pela manutenção, sem dúvida alguma, de Russia e Qatar como sedes dos mundiais de 2018 e 2022. E pela continuidade, embora com muito maior cuidado e discrição, dos negócios e negociatas que se tornaram, nas últimas décadas, cada vez mais presentes no comando do futebol mundial.
A primeira apuração dos votos, que exigia maioria absoluta para indicar um vencedor, deixou claro o que aconteceria. Blatter recebeu nada menos que 133 votos enquanto seu único adversário, o príncipe Ali Bin Al-Hussein ficou com 73. Isto significava que faltaram apenas 7 votos para que Blatter garantisse de imediato a reeleição. Mas seu adversário, visto o desfecho mais do que certo, preferiu retirar-se, dando ganho de causa ao atual presidente, que então governará a FIFA por outro quadriênio.
A vitória de Blatter mostrou, porém, que já existe uma certa oposição à conduta do velho tenente-coronel suíço e que, em 2019, dificilmente ele poderá ter êxito se pleitear um outro mandato. Mas a limpeza do futebol mundial talvez tenha então dado passos – que espero sejam largos, robustos e possivelmente definitivos – rumo a uma nova era. Coisa que, convenhamos, não será sem tempo…
pois, como a história ensina, em determinado momento os vendilhões são escorraçados do templo.