Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
A CBF quer transparecer presença do árbitro na partida, mas se frustra nessa tentativa, pois ele acabou adquirindo uma imagem que recebe muito mais destaque em relação aos jogadores.
No ano passado, com base nas três primeiras rodadas, foram distribuídos seis cartões amarelos por reclamação. Nessa temporada do Campeonato Brasileiro, foram aplicados nada menos do que trinta e sete amarelos e um vermelho, isso tudo em função da nova recomendação que os árbitros receberam.
Essa orientação tem, por sua vez, um lado positivo e um negativo. O primeiro se diz respeito ao fato de que o futebol será mais jogado e menos gesticulado. Além disso, devemos reconhecer que o árbitro terá a autoridade que jamais tivera no futebol brasileiro, e qualquer jogador, a partir de agora, pensará duas vezes antes de fazer qualquer reivindicação. Embora o segundo nos leve a uma linha de raciocínio, que se refere ao perigo que o apitador pode correr durante o jogo: ele pode perder o controle da partida e, consequentemente, se atrapalhar com seus critérios; pode acontecer de o espetáculo acabar perdendo o seu brilho com uma serie de cartões que, para o espectador, sempre será questionável até o momento de o juiz apontar o ocorrido na súmula.
Não haverá tolerância para ninguém, tampouco para aqueles que protestam do banco de reservas. Se um treinador contestar a postura do juiz na partida, será advertido na primeira oportunidade e convidado a se retirar na segunda.
Com isso, a busca pelo fim do caos e do desrespeito teve seu início; todavia, correndo seus riscos. Eu acredito que essa medida terá de ser tomada pela arbitragem com bom senso, de forma com que não perca o controle e nem o calor do espetáculo. O juiz deverá saber aplicar a medida de acordo com a partida, e não sair por aí distribuindo amarelos para todos os lados com uma simples queixa dos atletas.