Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Nunca fui contra a modernização dos estádios brasileiros; mas, sim, a padronização. Acho muito legal ampliar a capacidade, aumentar a acústica, dar mais conforto ao torcedor… Todavia fazer isso em todos os estádios brasileiros chega a ser um crime com centenas de milhares de torcedores. Muitos gostam de assistir aos jogos de pé, no alambrado; de poder levar a família sem gastar mais do que R$100; de pular, gritar, vaiar e incentivar. Tudo à moda antiga.
A questão é a seguinte: nesse aspecto, Brasil e Europa são totalmente diferentes, e cultura não se muda. Não devemos imitá-los em tudo. Só porque todos os estádios deles são modernos, com torcidas “mais civilizadas”, não quer dizer que também devemos ser assim. Está no nosso sangue subir no alambrado, gritar, tirar a camisa e fazer uma linda festa. Padronizar tudo, fazer com que pareçamos europeus, além de destruir nossa história, cultura e paixão, acaba com toda a magia do futebol brasileiro.
Veja o que fizeram com a Geral do Maracanã.
Veja o preço dos ingressos.
Veja qual foi o maior público da primeira rodada do Campeonato Carioca.
Ir ao estádio para assistir ao seu time jogar é um direito do torcedor, mas estão tirando-o dele. Torcida única? Esse é o pensamento de muitos ignorantes que contribuem para o fim do nosso futebol. Na lógica dessa perspectiva incompetente, que visa um pós-jogo sem violência, o ideal seria a partida com as arquibancadas vazias. Violência não é um problema da torcida, mas do ser humano.
Futebol é para todos assistirem e temos que acabar com essa história de favorecer apenas um lado, pois estão acabando com o nosso tão amado esporte.
Se não fosse o torcedor, o futebol não seria o que é hoje. O esporte, portanto, precisa dele.
Então vamos parar com essa bobagem.