Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
No Brasil inteiro, principalmente no estado de São Paulo, o tema mais falado na última quinta-feira pelos amantes de futebol foi com respeito ao clássico Majestoso, pela Libertadores. Acredito que esse assunto renderá bastante, pelo menos até o jogo de volta, no Morumbi, que apenas acontecerá na última rodada da fase de grupos.
Hoje, alguns amigos vieram me perguntar qual foi o motivo de o São Paulo ter jogado tão mal, a ponto de pouco assustar o Corinthians, e o que Muricy poderia ter feito para agredir mais o Corinthians. Dúvidas que podem seguir na mente de muitos torcedores.
Com relação a primeira questão, a resposta é muito simples: posicionamento. A defesa ainda é muito frágil, pouco entrosada, ainda mais com a recém chegada de Dória. Ao analisarmos o primeiro gol do Corinthians na partida, vemos que um zagueiro busca cobrir o outro e acaba falhando por deixar Elias invadir a área totalmente livre. Além da disso, o papel desempenhado pelos volantes foi fraco. Se Denílson fosse expulso naquele lance em que deixa o braço para atingir o rosto do camisa 7 alvinegro, o São Paulo poderia perder por mais de dois gols. Jogando com uma linha de quatro na defesa, o Tricolor buscou se compactar nos setores sem a bola e, muitas vezes, acabava sendo prejudicado por atuar com as linhas distantes entre si. Deixava um buraco entre a zaga e o primeiro volante, onde Jadson e Renato Augusto tiveram liberdade para criar. Em suma, primeiramente é necessário que haja uma maior organização na defesa e no meio de campo, principalmente com a dupla de volantes. Assim, o time ganha mais consistência no setor de criação. Paralelamente, com a equipe bem organizada atrás e no meio, a bola chega nos pés dos atacantes e, consequentemente, acaba com o problema de transição da bola da defesa ao ataque.
O que Muricy poderia ter feito para agredir mais o time alvinegro? O treinador poderia ter arriscado mais. Com um quarteto de meias em que o passe prevalece como característica principal, a única maneira era jogar com ganso, para este buscar um mínimo espaço na defesa corintiana a fim de deixar um avante em boas condições para marcar; mas a melhor forma era através do individualismo. Se os passes e as bolas enfiadas não davam certo, por que não tentar uma jogada individual? Poderia ter usado o Boschilia, meia-atacante veloz, e jogador que busca o drible. Deixaria o setor ofensivo do São Paulo mais interessante. Essa é apenas uma das mais simples alternativas que poderiam ser seguidas no duelo; talvez a que melhor se encaixaria no esquema adotado por Muricy.
Hoje o San Lorenzo conseguiu uma heroica virada em três minutos, no finzinho da partida, sobre o Danubio, e agora o São Paulo é o último colocado do grupo. Na próxima quarta-feira, os uruguaios vão ao Morumbi encarar o Tricolor. Os argentinos, por sua vez, pegam o Corinthians no Nuevo Gasómetro dia 4 de março, com os portões fechados.
O São Paulo tem um bom elenco, só precisa saber utiliza-lo da melhor forma.