Os dois primeiros jogos do Corinthians na sua temporada norte-americana não podem ser examinados, em minha opinião, pelo restrito ângulo dos resultados numéricos, pois isso envolveria um julgamento precipitado e – muito provavelmente – enganoso. Foram os dois primeiros treinos coletivos da nova temporada, e Tite terá certamente observado qualidades e defeitos do elenco que tem sob seu comando. Para, a partir disso, começar a eventualmente corrigir esquemas e até detalhes, na busca de um melhor rendimento coletivo.
Em minha opinião dois aspectos táticos devem ser observados com atenção, pois deles vai depender boa parte do rendimento da equipe ao longo do ano. Refiro-me ao posicionamento da dupla defensiva central e do centroavante Guerrero.
Na defesa, os dois jogadores que compõe a cobertura antecipada ao goleiro Cássio, jogam em linha e ficou evidente que este posicionamento faz com que um avante hábil, que se saiba insinuar entre os dois, tem boas chances de chegar cara a cara com o goleiro.
A manter este esquema, haveria necessidade de uma cobertura extra, à frente dos dois zagueiros, com um elemento capaz de reiniciar a ação, em sentido ofensivo, ou então atrás deles, como um líbero.
Na frente, o posicionamento de Guerrero como um centroavante de área (no esquema de Mano Menezes ele era frequentemente obrigado a voltar) obriga a que haja um outro jogador perto dele, para dividir as atenções da defesa adversária. Um jogador que não pode ser Emerson, se Tite o posicionar largo, nas laterais, com o claro intuito de abrir a defesa adversária. E não sei, no atual elenco do Corinthians, quem poderia ser esse jogador, pois parece-me não existir nenhum com as caraterísticas e habilidade necessárias para a função.
Assim é necessário esperar e ver o que Tite vai fazer. Naturalmente sem uma cobrança imediata, que não teria o menor sentido, devendo-se racionalmente aguardar pelo menos uns 3-4 meses para uma primeira, correta e racional avaliação do trabalho do técnico.
O trabalho que espera Tite
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