Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
O Shakhtar Donetsk-UCR veio ao Brasil para realizar uma serie de amistosos contra equipes brasileiras e não rendeu o esperado em nenhuma de suas apresentações. Contra o Bahia, perdeu para os reservas tricolores. Diante do Flamengo, um jogo morno que terminou empatado sem gols. Ontem, assistindo ao duelo frente ao Atlético-MG me surpreendi em diversos aspectos, tanto a respeito do time brasileiro quanto do ucraniano.
Para o Galo, o ataque segue muito eficiente – mesmo sem contar com Tardelli – e o atacante Lucas Pratto caiu como uma luva na equipe mineira. Levir Culpi mudou a cara da equipe e agora há um novo sistema de jogo; mas algumas jogadas continuam as mesmas. Como, por exemplo, a clássica joga do Independência iniciada com lateral cobrado por Marcos Rocha e gol de cabeça do argentino, que já está adaptado ao novo esquema.
No ano passado, Dodô me chamava muita atenção por sua velocidade, habilidade, qualidade e precisão na hora de finalizar. Na noite de ontem não foi diferente. Entrou no lugar de Pratto e deixou o seu. Será muito interessante, nessa temporada, os dois atuarem juntos no ataque. Realmente, Tardelli era tão importante para o Galo taticamente que a equipe fica muito diferente com sua ausência; mas a eficiêmcia continua a mesma.
Quanto ao Shakhtar, esteve muito abaixo daquilo que foi apresentado na Champions League. Além da clamorosa falha do goleiro, percebi muita desorganização do sistema defensivo, principalmente nos contra-ataques da equipe da casa. A equipe é composta por uma legião de brasileiros, dos quais Taison e Nem são os que dão mais velocidade ao time pelas laterais do campo. Criavam, criavam… e desperdiçavam boas chances. Eu digo que o Shakhtar poderia ser um adversário melhor porque tinha qualidade o suficiente para deixar essa partida interessante. Gosto de seu estilo de jogo: veloz, trocando passes, sem “rifar” bolas.. Basta ver o primeiro gol deles. É uma das marcas da equipe.
No próximo dia 17, enfrentará o Bayern de Munich e, obviamente, a postura de qualquer equipe muda numa Champions League; mas isso não tira a possibilidade do time mais brasileiro da Europa livre levar uma goleada alemã. Por isso existem os amistosos de pré-temporada: para que os grandes erros sejam consertados desde já.
O Shakhtar poderia ser um adversário melhor e mais respeitoso na partida. Afinal, trava-se de um amistoso. Ninguém esperava que a primeira etapa terminaria em 3-0 e que o técnico Mircea Lucescu invadisse o campo protestando até o círculo central de um penal inexistente.
O Atlético-MG rendeu bem. O Shakhtar não.