A Federação Portuguesa apresentou recentemente a lista dos melhores jogadores de todos os tempos. E o primeiro colocado foi Cristiano Ronaldo, ficando Eusébio em segundo e Figo em terceiro.
Eu prefiro fazer uma eventual comparação quando todos os envolvidos tenham encerrado sua atividade nos gramados, pois aí é possível uma avaliação global do que cada jogador fez, qual nível atingiu e por quanto tempo se manteve no topo.
De qualquer forma, a escolha merece uma análise. E a primeira impressão é de certa surpresa, embora, se formos apenas olhar as estatísticas (critério – acredito – que foi o usado pela Federação Portuguesa), possa ser justificada. Mas os números se prestam a várias interpretações, como os dois amigos que vão a um restaurante, um deles come um frango e o outro, sem apetite, limita-se a assistir, e estatisticamente pode-se dizer que cada um comeu meio frango.
Assim posso entender a escolha, embora me deixe algumas perplexidades, oriundas de tantos jogos em que vi – e admirei – a “Pantera Negra”, como Eusébio era alcunhado. Por exemplo, o fantástico Mundial de 1966, em que Portugal só não foi à final pois cruzou com a Inglaterra nas semifinais mas que viu Eusébio desfilar toda sua imensa categoria ao longo do certame.
Na comparação, Cristiano Ronaldo tem, a seu favor, o fato de atuar no Real Madrid, um clube de carisma e resultados sem dúvida superiores ao do embora ótimo Benfica em que Eusébio jogou. Mas, para mim, a dúvida persiste, pois na época de Eusébio o futebol mundial tinha um número de excelentes jogadores superior ao atual.
É só lembrar que, entre eles, tinha um certo Pelé…para não falar de muitos outros.