Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Primeiramente: O Tite não deveria ter saído do Corinthians no ano passado em hipótese alguma. A frente do Timão ele ganhou Campeonato Brasileiro, Libertadores, Mundial, Paulista e Recopa Sul-Americana. Sua saída foi uma grande injustiça. A competência de Adenor está comprovada com os títulos conquistados e os dirigentes poderiam demonstrar o reconhecimento pelo trabalho realizado prorrogando o seu contrato; mas não pensam assim no Brasil. Aqui, o futuro do treinador é incerto, definido pelo momento. Enquanto vence, está firme. Se sai derrotado de alguma decisão ou não adquire uma “longa” sequência de jogos sem vitórias (4 ou 5 jogos), rapidamente todas as conquistas são esquecidas e a diretoria já procura um treinador dois meses antes do término do seu contrato.
Passou um ano de férias. Viajou pela Europa, estudou e está mais completo. A volta dele tem um ponto negativo e um positivo: por um lado, dificilmente conseguirá alcançar as mesmas metas obtidas em sua passagem 2011-2013 e, se novamente for demitido, poderá sair de forma humilhante, difamado pela torcida ou pela diretoria, pois ficou muito pouco tempo longe do clube e seus triunfos ainda estão frescos na cabeça do torcedor; por outro, o Corinthians terá uma curta pré-temporada devido a pré-Libertadores, portanto o clube precisaria de um treinador que já conhecesse o elenco e que tivesse mais facilidade para trabalhar (Mano Menezes ou Tite). Além disso, o “novo” técnico traz para o Brasil tudo o que aprendeu na Europa e quem sai ganhando com isso tudo é o futebol brasileiro, que atualmente vive uma situação precária.
Tite é o ídolo do Corinthians que jamais deveria ter saído. Enquanto esteve fora, o alvinegro rendeu pouco, conquistando apenas uma vaga na pré-Libertadores. Particularmente, por ser um ídolo, queria ver o Tite para o Corinthians da mesma forma que vejo o Alex Ferguson para o Manchester United: o maior treinador da história do clube, com 27 anos à frente dele; mas dificilmente isso acontecerá aqui no Brasil, infelizmente.