Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
O torcedor do Palmeiras tem que comemorar (e muito) o fato de não ter acontecido o maior vexame da história do clube: o tri-rebaixamento no novo estádio e no ano do centenário. O jogo de hoje, frente ao Atlético-PR, resumiu toda campanha alviverde em 2014. Desde janeiro o Palmeiras era um time que brigava por título na Serie B e suava para se salvar na Serie A. Vieram reforços, muitos reforços. Só neste ano, mais de 30 jogadores entraram em campo e pouquíssimos deram certo. Os atletas vão aos gramados, representam e defendem o clube; mas quem faz o elenco é a diretoria. Esta, trocou duas vezes de treinador. Nada mudou. Então, se acontecesse a queda, como culpar esses jogadores? Nenhum ser humano passa a jogar bem de um dia para o outro. Portanto, não há como cobrar talento desses atletas que seriam reservas em qualquer outra equipe e, sim, dos dirigente. Alguns do grupo não mereciam vaias, como Prass, os jovens João Pedro e Nathan, até mesmo os mais contestados Henrique e Valdívia. O atacante, vice-artilheiro do campeonato; o meio campista, quando joga dá outra cara à equipe. No vestiário, o chileno ficou até o último segundo do intervalo fazendo fisioterapia. Quando retornou ao campo, a torcida esbanjou uma forte comemoração. A maior nitidez de que era de quem o alviverde mais precisava para se manter na elite. Hoje ele jogou no sacrifício, merece aplausos, pois sabemos o quanto é difícil atuar com lesão muscular. O que eu acho inadmissível é uma equipe do tamanho do Palmeiras ser tão refém do camisa 10.
A torcida, por sua vez, cumpre o que está no hino: canta e vibra. Se destacou no Allianz Parque: um belo estádio, que não merecia ser palco de um futebol tão pífio que não vale nem metade do preço do ingresso. Em outras palavras, o estádio é de Copa do Mundo, a torcida é de time grande e o futebol é de time pequeno.
O Palmeiras merecia cair no ano do centenário. É uma das piores equipes da história alviverde e só não foi rebaixada porque Vitória e Bahia não foram eficientes. Chegar na última rodada brigando para não degringolar é o cúmulo. Depender de outros resultados é pior ainda. Dentre os cinco piores, o alviverde foi o melhor. Não foi rebaixado porque teve sorte, porque outras equipes foram piores. Dos 114 pontos disputados, conquistou 40, pontuação de equipe que seria rebaixada nos últimos sete anos; mas como o Verdão continua na Serie A, o torcedor palmeirense deve comemorar, pois esse é o maior título que o alviverde poderia conquistar no ano do centenário.