Recentemente, durante quase um mês, andamos com um Freemont em ruas e estradas da Suíça e Itália. Semelhante ao que está à venda no Brasil, este Freemont tem um grande e agradabilíssimo diferencial: o motor turbodiesel, disponível tanto na versão de 140 cv (reservada ao modelo de entrada que custa 27.300 euro) como na de 170 cv, utilizada nos demais (e cujo preço vai até 37.600 euro).
As versões usadas foram a de tope (na cor branca) e a Cross (vermelha), sempre com duas pessoas e muita bagagem a bordo, o que nos permitiu abater os dois bancos da terceira fileira e criar um imenso espaço livre. Pois trata-se de um carro para 7 pessoas, que pode ser definido como crossover, um meio-termo entre Suv, monovolume e veículo familiar com um toque esportivo.
Do ponto de vista mecânico deve-se ressaltar a presença do sistema AWD (All-Wheel-Drive), uma tração de tipo integral do tipo “on demand”, isto é que entra em ação apenas quando se torna necessário, em pisos de reduzida aderência. A centralina eletrônica, por meio de sensores de deslizamento, mede a aderência das quatro rodas e decide quando é necessário redistribuir o torque entre o eixo dianteiro e o traseiro. Isto é feito através do ECC (Electronically Controlled Coupling), garantindo a tração e a distribuição de torque em quaisquer condições.
O sistema utilizado no Freemont tem três tipos de intervenção. Um é o controle preventivo que, face à solicitação de muita potência, automaticamente transfere parte do torque às rodas traseiras. O segundo é o controle de deslizamento que, quando as rodas dianteiras começam a perder aderência em função de piso escorregadio, transfere o torque às rodas traseiras. E o terceiro atua nas curvas, para otimizar a dinâmica do veículo, enviando mais torque às rodas traseiras, o que torna mais fácil a dirigibilidade.
De qualquer forma, nada a ver com o Dodge Journey comercializado nos Estados Unidos, pois este Freemont foi devidamente “europeizado”, com modificações em quase todos os pontos. Desde o interior, que utiliza materiais de melhor qualidade e onde aqueles plásticos de aparência algo econômica que satisfazem o grande publico norte-americano foram substituídos com materiais mais macios e agradáveis ao toque, até as suspensões e à direção. Além do motor, que aqui no Brasil, por razões legislativas, é um 2.4 a gasolina e lá é o ótimo 2.0 Multijet e que completa um veículo destinado a um uso familiar mas sem maiores restrições mesmo em estradinhas de montanha, proporcionando um sentido de segurança muito agradável. Enfim, temos um set-up confiável, com linearidade nas mudanças de trajetória, boas tomadas de curvas e um rolamento contido. E quando se passa um pouco do limite em curva, logo intervém o Esp para corrigir o sub-esterço.
Mas o que nos deixou entusiasmados, e explica facilmente o sucesso que o Freemont vem tendo por lá (curiosamente, a absoluta maioria vendida na cor branca) é sua incrível economia, fazendo com que, graças também ao tanque com capacidade de 78 litros, as paradas nos postos sejam raras.
Em autoestrada, com o câmbio automático usado manualmente e mantido em 6.a marcha, rodando a 1.800 rpm (o que equivale a quase 110 km/h) obtivemos médias de 20 km/litro. Algo inacreditável para um veículo que pesa quase 2 toneladas.
Naturalmente isto implica numa condução cuidadosa, tipicamente turística, como deve ser, em nossa opinião, a utilização do Freemont. Quem, pelo contrário, quiser afundar o pé no acelerador (e o motor responde prontamente), verá o consumo aumentar de forma exponencial. E sobretudo demonstrará que comprou o carro errado.
Aí uma Alfa Romeo Giulietta Quadrifoglio Verde, por exemplo, seria a escolha certa, mas não poderia levar 7 pessoas.