Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Agora o Galo canta durante o dia inteiro: É CAMPEÃO! Sim, tem que gritar e muito! Digno de uma campanha incrível, com viradas históricas! O primeiro título da Copa do Brasil não poderia ter sido conquistado de outra forma. No Independência, foi superior durante todo o clássico e fez valer o mando de campo, pois jogou como um verdadeiro campeão. Na partida de hoje, a postura Cruzeirense me surpreendeu num primeiro momento, mas depois de analisar o comportamento das duas equipes, tudo ficou muito óbvio. O Atlético-MG não se intimidou e foi ao ataque logo no início da partida; durante toda a prima etapa, era quem mais arriscava, quem mais chegava com perigo à meta de Fabio e quem tinha maior posse de bola, ou seja, o time alvinegro tinha total controle do jogo. Isso tudo aconteceu por um motivo muito simples: o Atlético-MG anulou a maior arma cruzeirense. Como eu já havia citado anteriormente, os volantes do Cruzeiro realizam a saída de bola e comandam todo o meio de campo. Os atleticanos neutralizaram os volantes adversários com sua boa marcação; então fechavam todos os espaços da saída de bola celeste e forçavam não apenas o oponente a fazer ligações diretas ou rifar bolas, mas também o erro dele.
Tardelli fez o gol no fim do primeiro tempo. Importantíssimo. No segundo, voltou com a mesma postura e seguia atacando. Leandro Donizete foi expulso, gerou confusão (o cúmulo dessa final foi ver a polícia invadir o campo para proteger o árbitro) e os mandantes pouco reagiram. Das poucas vezes em que o Cruzeiro chegava ao gol de Victor, pecava nas finalizações em todas. Realmente, se o Galo não tivesse desperdiçado grandes chances cara-a-cara com Fábio e aquela bomba de Dátolo tivesse entrado em vez de ter carimbado o travessão, o resultado seria humilhante para o Cruzeiro.
Graças aos cartolas, o Mineirão estava longe de lotado; o gramado de Copa do Mundo era ruim, pesado; o Cruzeiro, não parecia que estava em clima de final e deixou o Galo jogar; este encantou com belo futebol coberto de objetividade, garra, técnica, raça e perseverança. O Atlético-MG nos deu uma boa aula não só de sistema tático, mas de como ser um campeão na fase de mata-mata. Foi tão sofrido quanto a Libertadores do ano passado. Título totalmente merecido e o Galo seguirá cantando por muito tempo, pois uma final histórica com Cruzeiro e Atlético-MG, dificilmente será esquecida pelos mineiros.