Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Para começo de conversa, algumas questões. É fácil ser goleiro? É fácil atuar de forma quase individual em um jogo coletivo, do qual pode passar de herói a vilão e vice-versa? Tentar evitar o inevitável, sempre crendo, lá no fundo, que dava para defender o mais indefensável dos chutes? Ter de saber dizer que falhas fazem parte? Em suma, é um dos jogadores mais importantes do time, tão importante quanto o atacante, pela tamanha responsabilidade que tem de anular o sucesso do adversário.
Na última quinta-feira, diante da Eslováquia, Casillas incluiu mais uma falha em seu currículo e, sem sobra de dúvidas, o jogador vive o pior momento de sua carreira. Das luzes à escuridão, o atleta que já foi considerado pela FIFA o melhor guarda-redes do mundo (2008-2012), fez parte do time do ano da UEFA (2007-2012), luva de ouro (2010) e tantos outros prêmios individuais conquistados com grandes méritos, corre o risco de perder a titularidade não apenas na seleção espanhola, como também no Real Madrid. Após os torcedores do clube merengue pedirem por Keylor Navas como titular, uma pesquisa realizada pelo diário Marca apontou que a grande maioria dos espanhóis querem que De Gea, goleiro do Manchester United, seja o titular da seleção da Espanha. O jovem arqueiro de 23 anos vive exatamente o oposto de Casillas. Caiu nas graças da torcida inglesa depois da partida diante do Éverton, pois pegou um penal no fim da primeira etapa e, no final do confronto, aos 88′, aos 91′ e aos 94′, fazia um milagre atrás do outro, garantindo o triunfo do United.
Vejo o camisa 1 da Fúria como titular, justamente, por se chamar Casillas. Em minha opinião, o momento é do jovem goleiro que, provavelmente, será o arqueiro da próxima Copa do Mundo. De Gea está preparado e o momento dele é, indiscutivelmente, melhor que o de Casillas. Do mesmo modo, Navas, que deveria ter recebido a luva de ouro na Copa do Mundo, também está apto a ser titular do Real Madrid e merece ter uma sequência de jogos.