Quando cheguei à Itália, eram fortes os rumores da saída de Montezemolo da Ferrari. Uma série de fatos apontavam para isso. A começar por sua saída do Conselho de Administração da Fiat, sem, ao menos, a tradicional carta de agradecimento da empresa, coisa costumeira em tais casos. E depois o fato da Ferrari, a verdadeira joia da coroa da holding Fiat-Chrysler, constituir um feudo a parte, com excelentes resultados financeiros num panorama recessivo para a indústria automobilística, claramente incomodava Marchionne, o todo-poderoso chefão que salvou a Fiat da falência mas que até agora não conseguiu recupera-la no cenário italiano, embora vá de vento em popa no resto do mundo.
O choque de opiniões era evidente, a forma de trabalho também, e os insucessos na Fórmula 1 acabaram sendo determinantes para a saída de Montezemolo, que agora será o presidente da Alitalia, num novo e difícil desafio enquanto Marchionne acumulará, ao menos por um breve período, também a presidência da Ferrari. Como fará, ele que já trabalha 18 horas por dia e impõe a seus colaboradores um ritmo alucinante, só Deus sabe. O que os apaixonados pela Ferrari – e são milhões no mundo todo – esperam é que o Cavallino volte o quanto antes a vencer nas pistas. Se possível, repetindo o fantástico penta-campeonato de Schumacher.
O fim de uma era
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