Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Neste mês de setembro estarei na Europa e os comentários de futebol serão de autoria do meu jovem e talentoso colega Maurício Santos. Espero que os apreciem e até outubro. Carsughi
Na tarde de hoje, segunda-feira, a diretoria do Palmeiras resolveu demitir o argentino Gareca, em reunião na Academia de Futebol. A principal justificativa dos dirigentes foram os maus resultados ao longo do Campeonato Brasileiro. Em nove jogos na competição, foram sete derrotas, um empate e uma vitória. No total, Gareca comandou a equipe em treze jogos, incluindo um amistoso diante da Fiorentina pela Copa EuroAmericana e três partidas pela Copa do Brasil. Foram quatro vitórias, um empate e oito derrotas.
Membros ligados à diretoria do clube se queixam do fato de que muitas vezes ele não treina o time e muda muito a escalação. Mas a culpa desses resultados ruins é realmente do treinador? Infelizmente, no Brasil, demitir o técnico é a solução para todos os problemas. Os treinadores armam suas equipes com os elencos que lhes são postos à disposição pelos respectivos clubes. Os jogadores geralmente se empenham para fazer o possível para jogar bem. Se a equipe apresenta um futebol medíocre, é porque falta qualidade aos jogadores e, qualidade, não se adquire de um dia para o outro, nem com muito treino.
Se a filosofia dos clubes brasileiros para manter seus técnicos fosse como a de alguns clubes ingleses, posso garantir que o futebol de nosso país seria diferente. O técnico Alex Ferguson que esteve no comando do Manchester United por 26 anos e,o treinador Arsène Wenger, que desde 1996 está a frente do Arsenal e ficou nove anos sem conquistar um título, são exemplos de grandes ícones do futebol que estiveram presentes nas melhores e piores fases de seus grupos. Em suma, no futebol inglês o técnico é mantido mesmo com maus resultados e, os problemas, são solucionados no próprio elenco de jogadores. No Brasil, o treinador pode conquistar todos os títulos possíveis na temporada, mas isso não quer dizer que ele não corre o risco de ser demitido.