Por Maurício Santos, autor do blog Após os 90′.
Neste mês de setembro estarei na Europa e os comentários de futebol serão de autoria do meu jovem e talentoso colega Maurício Santos. Espero que os apreciem e até outubro. Carsughi.
Na semana passada, comentei sobre o mau momento da arbitragem no Campeonato Brasileiro. Pois bem, a situação pode piorar. A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), se pronunciou através de uma nota na qual diz que ameaça paralisar o Campeonato Brasileiro em protesto contra a falta de respeito ao árbitro. Na opinião da entidade, as críticas e reclamações de jogadores, treinadores e dirigentes visam esconder a crise técnica do futebol brasileiro, transferindo a culpa do mau futebol à arbitragem.
Além do mau preparo dos árbitros, a crise na arbitragem brasileira também parte do pressuposto de uma bizarrice proporcionada pela CBF ao realizar uma interpretação sem nexo da regra do toque de mão na bola. Segundo a confederação, o ex-árbitro uruguaio Jorge Larrionda, instrutor da Fifa, teria informado aos juízes brasileiros que qualquer toque na mão, intencional ou não, fruto de movimento natural ou não, era pênalti. Esta interpretação, que só existe no Brasil, teve influência em algumas partidas e deu ao torcedor brasileiro mais uma humilhação mundial.
É certo dizer que um fato não justifica o outro. Não há coerência na fala do presidente da ANAF, Marco Antonio Martins, ao enfatizar que nível técnico da competição é baixíssimo e querem jogar a culpa da derrota no árbitro. Claramente vimos nos últimos jogos, árbitros decidindo partidas com erros inadmissíveis e continuo afirmando que será assim até o fim do campeonato. Amenizar o erro condenando qualquer deficiência do futebol no Brasil, não é a melhor a saída e, desse modo, a entidade fica mais ridicularizada a cada justificativa como essa.