Quando a Hyundai, fundada na Coréia do Sul em 1967, começou a exportar seus carros para os Estados Unidos, propondo-se lá como um carro bem barato e assim conquistando, pouco a pouco, seu lugar naquele exigente mercado, eu fiquei muito curioso em testar um. Tinha falado com o designer italiano Giorgetto Giugiaro e este relatara-me a forma como começou a colaborar com os coreanos, indo a Ulsan, visitando aquele complexo industrial (construíam até navios de grande porte) e convencendo-se que se tratava de gente séria, com a qual podia-se trabalhar sem sustos.
Assim, quando se ofereceu a oportunidade de experimentar um Hyundai Excel GLS, no final dos anos 80, um carro que nos Estados Unidos era vendido por 6.580 dólares (a versão básica custava apenas 5.295 dólares), não hesitei um instante sequer. E a impressão foi de um carro bem acabado, com muito cuidado nos itens de segurança e anti-poluição (já tinha catalisador, por exemplo). E que seria muito interessante seguir, anos afora, o desenvolvimento da marca pelo mundo.
Neste século, a Hyundai fixou-se no mercado brasileiro (chegou aqui em 1999) e pouco a pouco foi ampliando sua gama de produtos, desde os carros mais econômicos aos mais luxuosos. Recentemente relançou seu modelo médio, o i30, agora com motor 1.8 de 150 cv e torque de 18,2 mkgf a 4.700 rpm, equipando-o com um câmbio automático de 6 marchas que permite também o acionamento manual e uma série de itens de segurança, tanto ativa como passiva. No primeiro quesito, destaque para os controles de estabilidade (ESP) e tração (TCC), no segundo a vasta inclusão de air-bags e a tradicional estrutura com resistência e consequente deformação diferenciada.
Rodando com o i30 percebe-se o bom acabamento, a pronta resposta de motor e câmbio, a boa estabilidade e a frenagem correta, sem desvios de trajetória. Para o motorista, uma posição de dirigir confortável, volante de boa pega, boa visibilidade geral e conforto que se estende ao passageiro da frente (atrás o espaço não é muito amplo). Some-se a isso um bom porta-malas, o cuidadoso acabamento da carroceria e uma série de pequenos gadgets (entradas para USB, por exemplo) que tornam o carro bem agradável. E que, na versão de tope que testamos, tem ainda um enorme teto solar para completar essa impressão.
No mercado, seu alvo lógico são todos os modelos de Civic e Corolla, pois seu preço começa em 74.900 reais e vai até 91.900 reais, mas briga também, com boas chances, com os demais médios, 2 ou 3 volumes que sejam, presentes em nosso mercado.