Levir Culpi, atual técnico do Atlético Mineiro, aboliu as concentrações, em coincidência, ignoro se casual ou não, da saída de Ronaldinho do clube. A medida pode ser encarada, em minha opinião, sob dois aspectos distintos.
O primeiro, absolutamente indiscutível, é o lado financeiro, em que a economia é óbvia, pois se trata de uma despesa sem qualquer retorno. Uma despesa, por sinal, que pode ser cara, se o clube optar por concentrar o elenco num hotel 5 estrelas. Em que pese eventuais descontos pela publicidade indireta que a presença de um grupo de jogadores famosos pode trazer para o hotel. Existindo também um outro lado, em que hotéis de luxo abominam a presença de jogadores de futebol pois podem afugentar determinadas categorias de clientes.
O segundo, e mais importante aspecto, é o esportivo. Se o clube tiver, em seu elenco de profissionais, homens com H maiúsculo, a medida é bem interessante, pois não tira os jogadores de seu ambiente familiar. E não os obriga a um convívio nem sempre agradável, pois uma coisa é estar com familiares e amigos e outra, bem diferente, ter que conviver com colegas de trabalho.
Mas se o elenco estiver recheado de moleques irresponsáveis – e no mundo do futebol esse espécie de gente abunda – então a concentração é um mal necessário, pois evita, ou quanto menos reduz bastante, o perigo de condutas inadequadas com a profissão escolhida.