Ler os balanços, seja de clubes de futebol como de outras empresas, não é e nunca foi algo divertido, para isso muito melhor folhear, por exemplo, a revista Playboy. Mas se trata de leitura obrigatória para quem quiser entender como andam as finanças dos clubes de futebol e analisar melhor as declarações de seus dirigentes.
Uma solução que rouba menos tempo é aproveitar as cuidadosas análises que a Pluri Consultoria, com a assinatura de seu editor Fernando Ferreira, faz tradicionalmente, observando todos os complexos aspectos da questão. E uma das últimas análises é impressionante, sobretudo para quem não segue normalmente o assunto : os clubes brasileiros gastam, em média, 22% à mais do que recebem e as previsões para este ano indicam uma queda, nas receitas, de 7%.
Numa empresa normal, isto faria, de imediato, convocar uma reunião do “board” e provavelmente despedir alguns diretores, a começar pelo de marketing e continuando, entre outros, com o executivo. No futebol, pelo contrário, nada acontece, todos os diretores continuam impertérritos em seus lugares e, quando muito, se pensa em despedir o técnico se o rendimento do time em campo não melhorar. Aliás, a lista de técnicos que já perderam seu posto este ano é por demais extensa para discutir o assunto.
O principal motivo para a prevista queda de receita é a esperada redução de 33% no faturamento relativo a transferências de jogadores para o exterior, já que neste ano os clubes não tem conseguido repetir o recorde de 2013, quando se verificaram transferências de jogadores importantes, bastando citar o caso de Neymar, entre outros. E como essa queda não vem sendo compensada pelo aumento de outras receitas, as únicas que devem aumentar (e isso só em 2016) sendo as dos direitos de TV, o futuro parece ainda mais sombrio.