Em Budapest tivemos, no domingo, o melhor GP do ano, com um pódio que reuniu 3 vencedores. O australiano Riccardo, que levou sua Red Bull a uma vitória tão inesperada quanto merecida, o espanhol Alonso, que fez milagres com uma Ferrari claramente inferior aos rivais e, nas voltas finais, com os pneus totalmente desgastados, e Hamilton que largou da pit-lane. Bastaria lembrar isso para dimensionar a excepcionalidade da corrida do inglês, que estava extremamente pressionado e ameaçado de deixar Budapest com um atraso, em relação ao companheiro Rosberg, líder do campeonato, bem maior que os 14 pontos existentes na largada.
Naturalmente, para que tanta coisa acontecesse, foi necessária a intervenção, por duas vezes, do safety-car, além das condições atmosféricas que tornaram a corrida um verdadeiro desafio também para os homens dos boxes, encarregados de tomar decisões quanto à melhor tática a ser adotada.
Mas, na conclusão do GP, várias situações ficaram evidenciadas. A primeira é que o box da Mercedes tentou privilegiar Rosberg, ao pedir para Hamilton deixa-lo passar, pois faria um pit-stop à mais. O inglês, já que Rosberg jamais conseguiu emparelhar com ele, simplesmente ignorou o pedido e fez muito bem, pois, na bandeira quadriculada, ele ainda estava à frente do companheiro e rival, conseguindo com isso reduzir para 11 pontos a distância que os separa. Isto após uma corrida de campeão.
A outra observação fica para Alonso, que uma vez mais carregou sua Ferrari nas costas, obtendo um segundo lugar que ninguém, antes da corrida, teria tido coragem de vaticinar. E deixa pensar o que este piloto faria, caso tivesse em mãos um carro competitivo.
Mais uma observação diz respeito à inversão de valores que se observa na equipe Red Bull, onde o tetra-canmpeão Vettel está sendo seguidamente superado pelo companheiro Ricciardo, um dos astros nascentes da F1. Neste domingo, à vitória de Ricciardo correspondeu um modesto 7° lugar de Vettel, distanciado mais de 40 segundos do companheiro. O que deverá, nas três semanas que nos separam do GP da Bélgica, fazer a equipe refletir bastante.
E finalmente, cabe ressaltar a boa corrida de Massa que não só obteve o 5° lugar, segurando atrás de si por muitas voltas a Ferrari do piloto que o substituiu em Maranello, o finlandês Raikkonen, como viu outro finlandês, este seu atual companheiro de equipe na Williams, Bottas, terminar em 8° lugar, distanciado mais de 11 segundos.