O Brasil eliminou a Colômbia, num jogo em que atuou melhor do que fizera contra o Chile e se classificou para as semifinais, onde terá pela frente a Alemanha. A modificação introduzida por Scolari na lateral direita, trocando Daniel Alves por Maicon, e o diferente posicionamento de Oscar e Hulk deram maior consistência à equipe que ficou mais robusta no meio de campo e menos exposta na defesa. Some-se a isso o fato de ter marcado um gol, com Thiago Silva, logo no começo do jogo, permitindo que o Brasil tivesse a tranquilidade de que tanto necessitava e pudesse anular quase sempre as jogadas ofensivas da Colômbia.
No segundo tempo, porém, as coisas mudaram, a Colômbia se tornou mais perigosa, e quando parecia que, com o belo gol de falta de David Luiz, o resultado tivesse encontrado sua definição, um gol da Colômbia mudou tudo. Reapareceram as incertezas e a intranquilidade do Brasil e o sofrimento se arrastou até o apito final. Positivamente esta seleção brasileira tem duas faces : quando está em vantagem, joga bem, quando as coisas começam a correr de forma diferente, se apequena e leva seguidos sustos.
Deu-me a impressão de que o pior momento do Brasil em sua caminhada nesta Copa, que foi o jogo frente ao Chile, foi já superado e agora poderá enfrentar, de igual para igual, qualquer adversário. A prova disso, por sinal, a teremos 3.a feira contra o bom time da Alemanha.
Antes do jogo do Brasil, a Alemanha tinha eliminado a França, num jogo muito disputado mas no qual as duas seleções demonstraram claramente seu temor de acabar o gás antes do término. E, para evitar isso, buscaram um ritmo mais lento, sobretudo a Alemanha que, após ter conseguido marcar seu gol, logo aos 13 minutos, mostrou claramente seu intento de “adormecer” o jogo. Assim houve uma excessiva troca de passes, a busca de manter a posse de bola e só atacar em velocidade quando se vislumbrava a possibilidade de um gol.
Para a Alemanha, além da boa atuação de Hümmels, cuja volta, somada ao posicionamento de Lahn na lateral direita, deu outra consistência à defesa, ficou a excelente atuação de Neuer. Em minha opinião ele é hoje o melhor goleiro do mundo e facilita a tarefa do técnico Löwe, na armação tática do time, por desempenhar, com a mesma eficiência, o papel de goleiro tradicional e de líbero. Com efeito, quando a defesa da Alemanha é pressionada, nada mais fácil que atrasar a bola para o goleiro, com a certeza que Neuer saberá reiniciar uma boa jogada ofensiva.
Para a França, que perdeu um jogador insubstituível como Ribery pouco antes da Copa, ficou a constatação, ratificada pelo técnico Deschamps, de que chegou até onde podia, isto é as quartas de final. Sendo, portanto, como eu tinha dito na rádio Jovem Pan após sua classificação para as quartas de final, uma brilhante coadjuvante, mas não uma protagonista.