Está sendo estudada, em âmbito político, mais uma manobra para dar dinheiro público aos clubes, sob o pretexto de ajuda-los a safar-se de uma situação de dívida, para o Governo, absolutamente insustentável. É a mesma ladainha que ouvimos várias vezes, a última em 2007, quando algum iluminado inventou a “Timemania”, uma loteria que se revelou um tremendo fracasso, e que só serviu para fazer mais que dobrar, de lá para cá, a dívida dos clubes.
Agora os clubes, e os deputados que formam a chamada “bancada da bola”, querem inventar mais uma forma de dar dinheiro aos clubes, sem ao menos se preocupar com suas dívidas trabalhistas. Uma dívida que, numa empresa normal, poderia até levar à cadeia seus responsáveis pois se trata. no fundo, de um roubo perpetrado contra os trabalhadores.
Eu não entendo qual a razão de definirmos como esporte algo em que temos 20 mil espectadores e 22 jogadores. Esporte seria se tivéssemos 20 mil praticantes e 22 espectadores. Assim os clubes de futebol são, na verdade, empresas que oferecem espetáculos, como qualquer teatro ou cinema. E, como tais, deveriam se sujeitar às leis. Podendo perfeitamente, em caso de administração ruinosa, irem à falência.
Em muitos países, clubes de futebol faliram, e nem por isso aconteceu uma tragédia. Assim, apenas para citarmos os casos mais clamoroso e que primeiro me vem à mente, se um Botafogo ou um Flamengo falissem, e os responsáveis fossem para a cadeia, estabeleceríamos um interessante precedente e uma importante jurisprudência. Mostrando que, também no Brasil, as leis valem para todos.