Terminada a Copa, vale a pena alinhavar algumas considerações esparsas sobre o que vimos, e o que teríamos gostado de não ver, nesta competição.
1) Um nível técnico bem aceitável, com alguns campeões e nenhum fora de série, posto que o único que poderia ambicionar este papel, o argentino Messi, mostrou que jamais será um Maradona.
2) Um nível de arbitragem oscilante, começando mal, melhorando depois e mostrando um árbitro, o italiano Rizzoli, que deixou muitas dúvidas na final. Faltaram cartões vermelhos, faltou apitar uma falta do goleiro Neuer (ainda não consegui estabelecer se a entrada sobre Higuin foi dentro ou fora da área) e relativo cartão que, dependendo do local da infração, deveria ser amarelo ou vermelho. Com as inevitáveis consequências que isso acarretaria para a continuação da partida.
3) Algumas agradabilíssimas surpresas, como, notadamente, Costa Rica e Angola, sem esquecer Chile e Colômbia. Esta, sem a contusão prévia de Falcao Garcia poderia ter sido a grande sensação da Copa.
4) A decepção – inesperada – da campeã Espanha, eliminada após apenas dois jogos, um fato inédito na Copa do Mundo, desde quando está sendo disputada no atual formato.
5) As más apresentações da Itália, amplamente esperada, ao menos por mim, e do Uruguai, não tão esperada mas evidenciando o fim de uma geração, a dos Lugano e Forlan, para exemplificar.
6) A decepcionante presença do Brasil, que colecionou uma série de recordes negativos, alguns certamente destinados a durar muito tempo e um, o dos 5 gols sofridos em 29 minutos e dos 7 gols sofridos numa semifinal provavelmente perpétuo.
7) A excessiva carga psicológica atirada nos ombros dos jogadores por Scolari e Parreira (já temos as mãos na Taça, e por aí afora).
8) O despreparo emocional de muitos dos convocados, que mereceriam a ajuda de uma psicóloga durante meses e meses, não apenas poucos dias antes da Copa. Pois nesse mister ninguém consegue fazer milagres.
9) A cara de pau de muitos dirigentes que buscaram, a todo custo, isentar-se de responsabilidade para não pôr a perigo o próprio cargo. Aliás não é de hoje que venho elogiando a qualidade da cola (por sinal exportada com sucesso para muitos países, como a Itália, por exemplo) que segura os cartolas nas respectivas poltronas.
10) A pressa da presidente Rousseff em entregar a Copa ao capitão da Alemanha, quase fosse uma bomba prestes a explodir…