Foi um empate bom para ambas as seleções. Para o Brasil, que provavelmente será o primeiro do grupo derrotando Camarões, e para o México que buscará o segundo lugar empatando com a Croácia. E o 0-0, contrariamente ao que costuma-se dizer, não foi a nota do jogo. Longe disso, foi uma partida tecnicamente bem disputada por duas seleções que se equivaleram, cada qual tendo seus momentos de domínio e devendo, nas demais, apelar para a boa jornada de seus goleiros. Posição onde o mexicano Ochoa foi mais exigido do que o brasileiro Júlio Cesar, mas ambos sabendo desempenhar a contento o próprio papel e sendo a mais lógica explicação da falta de gols.
Se a primeira fase foi, em seu todo, equilibrada, o segundo tempo teve fases distintas. Primeiros 20 minutos em que o México foi o dono do jogo, chegando bem perto, em várias oportunidades, do gol e, mais do que isso, dominando o meio de campo como poucas vezes temos visto adversários do Brasil conseguirem. E depois uma fase de domínio do Brasil, que coincidiu com a saída de Fred e sua substituição com Jô que deu maior mobilidade e maior sentido ofensivo ao time. Finalmente, minutos finais em que ambas as equipes poderiam ter marcado, mas a vitória de qualquer uma das duas teria sido um resultado mentiroso e inadequado ao que se viu em campo.
Assim, pode-se dizer que foi um bom empate, num jogo em que os dois técnicos mexeram corretamente em seus times na busca da vitória. Para Scolari méritos na troca de Ramires por Bernard no intervalo e determinante a de Fred por Jô aos 22 minutos. Para Herrera, méritos em ter progressivamente dado sangue e alento novos com as três substituições efetuadas, quase que contemporaneamente às de Scolari.
Isso num domingo que tinha começado com o suicídio tático da Argélia que, fechando o primeiro tempo em vantagem de 1-0, através uma defesa fechadíssima e um único lance de contragolpe, na fase complementar quis enfrentar de igual para igual a favorita Bélgica. Na busca de um segundo gol que teria selado sua vitória, mas dando à Bélgica, em troca, amplos espaços em sua defesa. Espaços que a Bélgica aproveitou integralmente para virar o jogo e vencer por 2-1, salvando assim uma estreia que parecia, no intervalo, destinada a causar uma enorme surpresa.