Se alguém, um mês atrás, tivesse palpitado que a Espanha estaria eliminada após as duas primeiras rodadas da Copa, com duas derrotas frente a Holanda e Chile, provavelmente teria sido julgado maluco, ou visionário. Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu, para espanto geral, marcando um fato que muito dificilmente será repetido no futuro das Copas.
Vale logo dizer que a eliminação não pode ser questionada, nos dois jogos os adversários foram melhores, impuseram o próprio jogo e, mais do que isso, mostraram que o esquema do técnico Del Bosque, ao menos ofensivamente, se resume à busca do centroavante, seja ele Diego Costa ou Fernando Torres que o tem substituído ao longo das partidas, para a definição da jogada. Raramente a Espanha tem tentado o chute de fora da área, que constitui uma arma sempre válida, mas que o Barcelona antes, e a seleção espanhola depois, tem frequentemente deixado de lado.
Assim, após ter conquistado, em apenas 4 anos, duas EuroCopas e um Mundial, a Espanha se despediu melancolicamente dos gramados brasileiros, mostrando que um ciclo acabou. E que – talvez – o pecado maior de Del Bosque tenha sido não aproveitar, na seleção principal, um maior número dos jogadores que despontaram, de forma brilhante, na equipe Sub 21 que é bicampeã europeia.
Este ocaso, de alguma forma, já tinha sido antecipado pelo declínio do Barcelona, de onde Guardiola certamente saiu na hora H, e que os sucessos do Real Madrid e do Atlético Madrid tornaram ainda mais evidente. Nossos antepassados latinos encerrariam dizendo “sic transit gloria mundi” (Assim passa a glória do mundo)…