O campeonato brasileiro, com raras e honrosas exceções, está mostrando um futebol tecnicamente pobre e triste, sem lances de efeito que não sejam, na maioria dos casos, absolutamente casuais. O espetáculo que vimos neste fim-de-semana, em vários estádios, ficou bem abaixo do esperado e não permite nenhuma projeção otimista a curto prazo. Fica apenas a esperança que, após a interrupção forçada pela Copa do Mundo, e talvez na esteira de uma brilhante atuação da seleção, também o certame nacional consiga deslanchar de verdade.
Sábado à noite, na Vila Belmiro, por exemplo, cerca de 8 mil pessoas viram um Santos desfocado, sem poderio ofensivo, dando a impressão de um brinquedo que quebrou ou que, na melhor das hipóteses, viu sua pilha acabar. Daquela equipe que tinha proporcionado agradáveis espetáculos durante o campeonato paulista, só parece ter ficado a cor das camisas, pois os que as vestem (em muitos casos os mesmos) não mais conseguem jogar bem. E isto parece difícil atribuir apenas à entrada no time do centroavante Leandro Damião, que deveria ter sido a cereja do bolo mas que ainda não se encontrou, e que obrigou o técnico Oswaldo de Oliveira a mexer numa escalação que estava dando certo.
No domingo tivemos o desastre do Atlético Mineiro frente ao Goiás, um time que já na Libertadores dera claros sinais de estar numa fase descendente e que jogou por terra até mesmo aquela mística (caiu no Horto, está morto) básica para os triunfos na Libertadores do ano passado. Um time onde os vários Tardelli, Jõ e companhia estão bem abaixo de seu normal rendimento, isto por não falar de Ronaldinho, parecendo as vezes um fantasma de si mesmo a vagar sem nexo pelo campo.
E os exemplos são inúmeros, poderíamos até mesmo citar o atual líder do campeonato, um Corinthians que o técnico Mano Menezes está pacientemente montando mas que domingo não teve nem mesmo seu elemento mais representativo, o meia Jadson, apresentando um futebol à altura das necessidades. E só venceu, além da pobreza técnica do adversário, em função do centroavante Guerrero ter aproveitado uma das poucas bolas que chegaram a seus pés.
Em suma, o panorama é desolador…para sermos otimistas podemos apenas torcer para que se trate de um fenômeno passageiro.