SSS (Scolari Sem Surpresas): em extrema síntese, esse é o meu julgamento da convocação da seleção brasileira que reflete, posição por posição, o pensamento do técnico encarregado de levar o Brasil à conquista de sua 6.a Copa do Mundo.
Vale dizer, antes de qualquer outra consideração, que o Brasil tem condição de vencer o mundial, pois a equipe de Scolari se apresenta, ao menos no papel, com uma boa defesa, um meio de campo criativo, e um ataque onde a habilidade indiscutível de Neymar se soma ao faro de gol de Fred. Naturalmente isto passa por uma boa condição atlética de todo o elenco, e por um favorável momento técnico de alguns jogadores que, neste instante, levantam algumas dúvidas.
Assim, como goleiro titular, temos um Julio Cesar que já foi o melhor (ou, pelo menos, um dos melhores) do mundo em sua posição mas que nesta temporada estava na reserva de um time inglês rebaixado à série B (o QPR) e não tendo espaço para jogar, após ter recusado uma oferta da Fiorentina para atuar na Italia (não houve acordo financeiro), acabou “exilado” nas fileiras do canadense Toronto. Para Scolari é o titular indiscutível, mas poderia acusar falta de ritmo e condição, sem que isso provocasse, ao menos para mim, a menor surpresa.
Outra dúvida, e esta é de caráter geral, diz respeito ao eventual desgaste de muitos jogadores que tiveram uma temporada cansativa no futebol europeu. Um cansaço que não é só físico mas também mental, pela tensão a que foram submetidos, tanto na disputa dos respectivos campeonatos nacionais como nas competições internacionais.
É bem verdade que este será um problema comum a quase todas as seleções europeias, mas não pode entrar nesta análise do Brasil que, em minha opinião, pode perfeitamente levantar a Copa como também pode, numa hipótese negativa, ser eliminado antes. Num caso Scolari será o herói, no outro o bandido…