Os jogos de volta das quartas de final da Champions League forneceram espetáculos muito interessantes e, em alguns casos, empolgantes tanto pelas alternâncias quanto a seu desfecho como pela qualidade técnica dos jogos.
Tudo começou na 3ª feira, com um deslúcido Real Madrid sendo claramente superado (2-0) pelo entusiasmado Borussia em Dortmund que encontrou, num penal para mim erradamente marcado e bem neutralizado por seu goleiro, o impulso necessário para encurralar o time espanhol. Marcou dois gols e esteve bem próximo de eliminar o poderoso rival que, como honestamente reconheceu seu técnico Ancelloti, jogou mal e não mereceu outro resultado.
Mas se este jogo, de certa forma, decepcionou, foi entusiasmante o confronto em que o Chelsea de Mourinho eliminou o PSG de Blanc. O time francês sentiu sobremaneira a ausência de seu artilheiro Ibrahimovic, muito mal substituído pelo uruguaio Cavani que perdeu três claras oportunidades de gol, e acabou eliminado nos minutos finais, com um gol de Ba que fez explodir o estádio. E para quem entendeu que o técnico Mourinho correu loucamente para comemorar o gol, não percebeu que ele apenas quis mudar o esquema tático do time, para suportar o assédio que o PSG iria provocar nos minutos derradeiros. E, para isso, conversou com três jogadores chave, recompondo um meio de campo que estava desguarnecido na tentativa de chegar ao segundo gol, quando tinha em campo nada menos que 3 centroavantes.
Já na 4ª feira, o Bayern, embora levando um susto com o Manchester United abrindo o escore, já na segunda fase, soube ter a tranquilidade necessária para logo empatar e depois marcar mais dois gols que lhe deram a merecida classificação.
Mas o grande jogo, o melhor dos quatro, foi, para mim, o de Madrid, quando um estádio lotado levou o Atletico a uma clamorosa vitória sobre o Barcelona, eliminando o poderoso adversário. Um adversário que tem um elenco tecnicamente superior ao seu e que teve que ser enfrentado sem dois de seus melhores jogadores, Diego Costa e Turan. O que equivaleria a tirar do Barcelona Messi e Inieste, por exemplo, e realça ainda mais o feito do Atletico
Este Atletico é um time coeso, que nunca se dá por vencido, e que o técnico argentino Simeone moldou a seu feitio, com uma marcação que asfixia o adversário e jogadas em velocidade, especialmente no contragolpe, que põe em crise as defesas adversárias. E o Barcelona acabou devendo ao seu goleiro Pinto, autor de algumas excepcionais defesas, se o jogo não se decidiu antes. Enquanto o Atletico pode razoavelmente pensar que, com Diego Costa e Turan em campo, sua vitoria teria sido muito mais tranquila. Além da atuação do excelente árbitro britânico Webb, que, porém se equivocou grosseiramente aos 26` da segunda fase, ao não dar um claro penal de Mascherano sobre Villa que, se transformado em gol, teria dado total tranquilidade ao Atletico e levado o Barcelona ao desespero.
Agora, nesta 6ª feira, teremos o sorteio das semifinais e a expectativa para mais emoções…