A moda dos SUV (iniciais de Sport Utility Vehicle) está se alastrando para todo o mercado brasileiro, à exemplo do que já aconteceu em muitos países estrangeiros. E várias são as razões desse sucesso, algumas racionais outras até subconscientes, mas o fato é que as vendas em alta espicaçam o interesse de quase todos os fabricantes. As razões que podemos definir como racionais são, entre outras, o amplo espaço disponível, essencial para famílias numerosas. As subconscientes, especialmente presentes nas mulheres, são a posição elevada de dirigir e a conseqüente noção de segurança que isto provoca.
Nesse panorama, não causa surpresa alguma que também uma das recém chegadas, a chinesa Lifan, tenha apresentado, cerca de um ano atrás, seu SUV, denominado X60, um veículo que tem no seu amplo espaço interno um item que pode convencer muitos eventuais interessados e que, no fundo, causa surpresa. Pois mesmo com o banco do passageiro dianteiro colocado em posição em que um adulto de mais de 1,75 tem dificuldade em alcançar com os pés a parede corta-fogo, sobram atrás, até o início do banco traseiro, nada menos que 35 cm. Uma coisa com que muitos concorrentes de preço semelhante sequer chegam a pensar.
Ao lado disso, deve-se lembrar a vasta lista de equipamentos, que em outros SUV são opcionais, e que conferem ao X60 um grau de sofisticação até certo ponto inesperado, levando em consideração seu preço. Esta versão Vip (lançada em outubro do ano passado) que avaliamos, custa 59.250 reais (existe outra versão, denominada Talent, por 55.990 reais). A isso se soma a garantia de 5 anos e o primeiro ano de seguro gratis para formar um pacote sem dúvida interessante.
Como item negativo fica a ausência de uma transmissão automática, embora o câmbio, um mecânico de 5 marchas, com engates muito macios e precisos não seja passível da menor crítica. Ao lado desse detalhe, fica a eventual e tradicional desconfiança do possível comprador para uma montadora que ainda não fincou tradição no Brasil. O que, naturalmente, ocorre, em maior ou menor grau, com todos os fabricantes que não estão aqui há décadas.
Mecânicamente ele apresenta um motor 1.8, 16 válvulas que, com taxa de compressão de 10,0:1 (ele usa somente gasolina), fornece 128 cv a 6.000 rpm e um bom pico de torque de 16,8 kgfm a 4.200 rpm. Mas a curva de torque é bem homogênea ( trata-se de um motor de curso longo, são 91,5 mm contra apenas 79 mm de diâmetro dos cilindros)e isto fornece ao motorista prontas respostas em quaisquer situações de trânsito, o que torna sua dirigibilidade muito boa. E para enfrentar pisos irregulares, ele apresenta uma altura mínima do solo de 17,9 cm.
Rodando com o X60 e com os pneus devidamente calibrados para a carga que se leva (a indicação de 36 lb/pol² é para carga total, nos andamos com 2 pessoas e 30 lb/pol e a resposta foi bem melhor), este SUV é bem agradável. Sua estabilidade é a esperada, a frenagem (tem sistema de freios a disco nas 4 rodas) correta, sem qualquer desvio de trajetória, o nível de ruído normal e o conforto bom. Resta ressaltar o acabamento, com detalhes como o revestimento de couro nos bancos, a camara de tv para a marcha-a-ré, o encosto do banco traseiro regulável (que poucos veículos oferecem), a tela de 7 polegadas do bom sistema multimídia e muitos mais que certamente impressionarão quem examinar o carro.
Como de hábito, resta agora aguardar a resposta do mercado…