Começa mais um campeonato mundial de Formula 1 e nunca como desta vez sua melhor representação é um grande ponto de interrogação. As profundas mudanças introduzidas no regulamento, que vão desde a troca de motores até à redução da influência da aerodinâmica,deixaram um sentido de perplexidade não só quanto ao desempenho dos carros mas, neste momento, até mesmo à sua confiabilidade. E se somarmos a isso a limitação de combustível teremos um quadro completo das enormes dificuldades que todos os técnicos estão neste momento enfrentando.
As primeiras impressões, somando-se aí os testes prévios e os treinos já ocorridos lá em Melbourne, mostram uma Mercedes liderando (mas ela também acusando alguns problemas funcionais, como o que deixou Hamilton a pé no primeiro treino), seguida por Ferrari e Red Bull, enquanto a McLaren fica um pouco para trás e a Williams parece mais consistente do que veloz.
De toda forma, as apostas dos próprios pilotos de quantos deles receberão a bandeirada de chegada, variando entre 14 e 16, com o tetracampeão Vettel sendo o mais pessimista, ao falar em apenas 12, dizem bem das dúvidas reinantes em relação não só à confiabilidade dos novos carros mas até mesmo à forma como eles terão que ser conduzidos para que não ocorra uma pane seca. Aliás é bom lembrar que os carros deverão, após receber a bandeirada, completar a volta e ainda ter no tanque pelo menos 1 litro de gasolina para eventuais exames por parte dos comissários de corrida.
Falando rapidamente das modificações introduzidas, deve-se lembrar ainda que o câmbio passa a ter 8 marchas em lugar de 7 e que os freios traseiros podem ter agora controle eletrônico, essa última alteração forçada pela sua maior utilização em função do sistema de recuperação de energia.
De toda forma o que fica, para mim, é que os pilotos terão que ser mais inteligentes e levar seus carros, que agora tem o peso mínimo de 690 kg em lugar dos 642 anteriores, no limite de seu rendimento mas sem jamais ultrapassa-lo, sob pena de ficarem a pé.
Indiscutivelmente existe um certo favoritismo de Hamilton e sua Mercedes, que já alcançou sua primeira pole-position do ano, enquanto Massa tem um carro confiável que poderá leva-lo a marcar pontos. Por enquanto, largando em 9º, é o que dele se pode razoavelmente esperar. Pelo resto, fica a idéia de uma Ferrari que ainda tem certo trabalho pela frente para chegar junto à Mercedes enquanto a McLaren deve apostar todas suas fichas na empolgação de seus pilotos e no motor Mercedes para alcançar bons resultados.